A crise que se instalou na América do Sul depois da ameaça da Venezuela de anexar parte do território da Guiana foi o tema do programa Os Três Poderes desta sexta-feira. A live semanal é apresentada pelo editor Ricardo Ferraz e tem participação dos colunistas José Benedito da Silva, Marcela Rahal e Ricardo Rangel. Paulo Velasco, professor de Relações Internacionais da UERJ, foi o entrevistado da semana.
Ao lado de outros presidentes, Lula afirmou nesta quinta-feira que acompanha ‘com preocupação’ a situação na Guiana, após a Venezuela declarar que vai anexar a região de Essequibo, e destacou que o Mercosul ‘não pode ficar alheio’ ao tema. O petista disse que a disputa não deve ‘contaminar a integração nacional ou ameaçar a paz e estabilidade’ e que ‘se há uma coisa que não queremos na América do Sul é guerra e conflito’. Em nota conjunta, o bloco sul-americano manifestou ‘profunda preocupação’ com a ‘elevação das tensões’ entre as nações. Nesta sexta, o Conselho de Segurança da ONU deve discutir o assunto em um encontro ‘urgente’.
Governo Lula dá tiro no pé
A crise de segurança pública também é tema da edição do programa. Reportagem de capa de VEJA mostra que Lula tem falhado no combate ao crime organizado, ao mesmo tempo em que a onda de violência avança pelo país. Ao indicar Flávio Dino para o STF, o presidente deixou dúvidas sobre o futuro do Ministério da Justiça e da luta contra a criminalidade no Brasil. Além disso, o governo demonstra pouca capacidade para barrar a circulação desenfreada de armas e drogas. Para mudar isso, é preciso que ele e outras autoridades parem de tratar de forma errática um tema tão sensível e complexo. Afinal, os brasileiros merecem ter paz – e segurança.
O drama em Maceió segue
Os colunistas também debatem os desdobramentos da tragédia iminente em Maceió. Quando o problema em bairros de Maceió causado pelo possível colapso de uma mina da Braskem se agravou, no fim de novembro, veio a correria do poder público – avisado há anos sobre o risco –, o que expôs a outra face da tragédia: a divisão da elite política do estado, que resultou em falta de coordenação, trocas públicas de acusações e tentativas de exploração eleitoral do drama. A bateção de cabeça entre as autoridades aumentou à medida que o solo afundava. Enquanto isso, os moradores das áreas atingidas pelo problema têm se virado sem a ajuda dos políticos responsáveis.