Combate ao tráfico: Cláudio Castro se sai melhor que Lula, aponta pesquisa
Moradores da cidade do Rio de Janeiro, no entanto, se dividem sobre de quem é a responsabilidade pela segurança pública
Levantamento divulgado nesta sexta-feira, 31, pelo instituto Paraná Pesquisas mostra que o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), tem, na avaliação de moradores da cidade do Rio de Janeiro, um desempenho melhor que o do presidente Luiz Inácio Lula da Silva no combate ao tráfico de drogas.
De acordo com a pesquisa, um terço dos cariocas (33,4%) considera o trabalho do governador nessa área “ótimo” ou “bom”, enquanto 30,6% o avaliam como “regular” e 32,5% dizem que ele é “ruim” ou “péssimo” — veja quadro abaixo.
Já em relação a Lula, 56,1% dos moradores da capital fluminense consideram o seu trabalho no combate ao tráfico de drogas “ruim” ou “péssimo, enquanto apenas 14,2% dizem que ele é “ótimo” ou “bom” — outros 26,5% afirmam que o desempenho é “regular” — veja quadro abaixo.
Sobre a percepção de quem é o responsável pela questão da segurança pública, a população fica dividida: 45,1% acham que a responsabilidade pela área é do governo estadual, enquanto 41,1% dizem que ela é do governo federal – veja quadro abaixo.
Apoio à operação
Dois em cada três moradores da cidade do Rio de Janeiro aprovam a realização de operações policiais para combater a atuação de grupos criminosos como a realizada nesta semana contra o Comando Vermelho, que terminou com 121 mortos. De acordo com a pesquisa, 69,6% aprovam as operações policiais, enquanto 25,8% desaprovam e outros 4,6% não souberam ou não responderam.
O instituto também perguntou se o entrevistado concordava com a realização de mais operações desse tipo: 67,9% disseram que sim, enquanto 26,6% afirmaram ser contra — outros 5,5% não souberam ou não quiseram responder.
A pesquisa também sondou se o carioca considera ter havido excessos por parte da polícia na operação em razão do número expressivo de mortos. A maioria (60,1%) considera que não houve excessos, enquanto 29,4% disseram que houve exagero e outros 7,0% concordam em parte que houve excessos — veja quadro completo abaixo.

Paraná Pesquisas – Rio de Janeiro – excessos policiais
Nesta sexta-feira, 31, a Polícia Civil do Rio de Janeiro informou que já identificou 99 dos 117 mortos durante a Operação Contenção, deflagrada na última terça-feira, 28, nos complexos do Alemão e da Penha, na Zona Norte da capital. Do total, 42 possuíam mandados de prisão pendentes e 78 apresentavam “histórico criminal relevante” — número que pode crescer.
O levantamento, apresentado em coletiva pelos secretários de Segurança Pública, Victor dos Santos, e de Polícia Civil, delegado Felipe Curi, aponta que 39 dos mortos são oriundos de fora do Rio: 13 do Pará, 7 do Amazonas, 6 da Bahia, 4 do Ceará, 1 da Paraíba, 4 de Goiás, 1 do Mato Grosso e 3 do Espírito Santo. Segundo a corporação, os dados mostram que o estado abrigava lideranças criminosas de quatro das cinco regiões do país, o que reforça o alcance nacional do Comando Vermelho. Pelo menos um terço dos presos na operação também é de outros estados
Redução da violência
A pesquisa também consultou se os entrevistados achavam que esse tipo de intervenção policial contribui para a redução da criminalidade ou se apenas ajuda a aumentar a violência.
A população ficou um pouco dividida: 53,1% dizem que as operações estão ajudando a reduzir a criminalidade, enquanto 41,6% consideram que elas estão agravando a violência — outros 5,3% não souberam ou não quiseram opinar.

Paraná Pesquisas – Rio de Janeiro – impacto na violência
Pesquisa
O levantamento ouviu 800 moradores da cidade do Rio de Janeiro. A margem de erro é de 3,5 pontos percentuais para mais ou para menos.







