Após vinte dias de recesso, deputados e senadores voltam ao trabalho nesta semana com os ânimos acirrados com o Palácio do Planalto. Dois assuntos, dos quais quase nenhum parlamentar comentava no início de julho, agora ganharam força – um é a possibilidade de protocolar um pedido de impeachment contra o presidente Jair Bolsonaro – os partidos de oposição marcaram uma reunião para discutir esse tema nesta terça-feira. O outro é a aprovação do deputado Eduardo Bolsonaro para a embaixada em Washington pelo Senado – a expectativa é que a indicação seja formalizada ainda nesta semana.
Além dessas duas pautas, que vão dar o que falar, a temperatura deve aumentar com a votação em segundo turno da Reforma da Previdência – o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), marcou para esta terça-feira o início do pleito da PEC que endurece as regras de aposentadoria. A dúvida é se ele conseguirá manter o placar favorável do primeiro round, de 379 votos ante 131 contra.
Outras propostas que devem ser apreciadas no Congresso é a reforma tributária – por enquanto, há dois grandes projetos em debate, um capitaneado por Maia e outro pelo ministro da Economia, Paulo Guedes – e o pacote anticrime do ministro da Justiça, Sergio Moro.
Além da nomeação do embaixador nos Estados Unidos, o Senado também terá que terá que avalizar quem será o próximo Procurador Geral da República – o mandato de Raquel Dodge acaba em setembro, mas há chances de ela ser reconduzida ao posto. A indicação depende de Bolsonaro, que anunciou que revelará o escolhido até 17 de agosto.
Também neste mês, devem ser escolhidos pelos partidos os membros da CPI mista das Fake News, criada no início de julho. Ainda não está definido o objeto central do que será investigado pela comissão, mas a Operação Spoofing deflagrada em 23 de julho já entrou na mira de deputados e senadores, que manifestaram o interesse de convocar os hackers para falar ao Congresso.