O Conselho Superior do Ministério Público Federal (CSMPF) aprovou nesta terça-feira a prorrogação da força-tarefa da Operação Lava Jato. Com a medida, a atual estrutura de 14 procuradores, entre eles Deltan Dallagnol, será mantida pelo menos por mais um ano no braço da procuradoria em Curitiba.
A força-tarefa foi criada em 2014 pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot. Na época, seis procuradores passaram a investigar os fatos iniciais apurados pela Lava Jato.
De acordo com dados atualizados pela PGR, até julho deste ano foram abertos 1.700 procedimentos de investigação e realizadas 844 buscas e apreensões, 210 conduções coercitivas e 104 prisões temporárias. Até o momento, 157 investigados foram condenados. As penas somam 1.563 anos de prisão. Por meio dos acordos de delação premiada foram recuperados 10,3 bilhões de reais desviados dos cofres públicos.
Na semana passada, o conselho decidiu ampliar a proposta inicial de orçamento do ano que vem para a força-tarefa da Lava Jato em Curitiba, de 522,6 mil de reais para 1,65 milhão de reais. Os recursos são destinados sobretudo para custear gastos com diárias e passagens de procuradores e servidores.
Para se atingir o valor, foram retirados recursos de outras áreas do Ministério Público Federal (MPF), sendo reduzidos o orçamento para concursos e o reajuste dos valores de diárias.
Cortes no orçamento
Por sugestão do atual procurador-geral Rodrigo Janot, o conselho também criou um grupo de trabalho para debater cortes no orçamento da instituição do próximo ano.
Aprovada por unanimidade na sessão de hoje, a medida tem como objetivo adequar o orçamento do Ministério Público Federal ao aumento de 16% para os procuradores federais proposto pela subprocuradora Raquel Dodge, sucessora de Janot e ausente na sessão desta terça.
“Nós vamos delegar a essa comissão para dispensar a realização de nova sessão para apreciar orçamento”, explicou Janot. O grupo será formado por integrantes indicados por Janot e Raquel Dodge e terá como finalidade analisar o orçamento e sugerir setores passíveis de cortes.
Durante a sessão, Janot afirmou que, caso o grupo não indique os possíveis cortes, ele trará o caso novamente para ser debatido no CSMPF. “Eu individualmente não farei indicativo de corte para o aumento de 16%”, afirmou o procurador-geral da República.
(Com Agência Brasil e Estadão Conteúdo)