O corpo de Arthur Lula da Silva, neto do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, é velado na noite desta sexta-feira, 1, no Cemitério Jardim das Colinas, em São Bernardo do Campo.
Familiares e amigos acompanham a cerimônia. O velório teve início por volta das 22h e a cremação está prevista para o meio-dia deste sábado.
Arthur, de 7 anos, faleceu na manhã desta sexta, vítima de meningite. Lula foi autorizado pela juíza federal responsável pela execução de sua pena, Carolina Lebbos, a comparecer ao velório no cemitério em São Bernardo do Campo.
O velório da ex-primeira-dama Marisa Letícia, que morreu em fevereiro de 2017, foi realizado no mesmo local.
A defesa do ex-presidente solicitou sua ida à cerimônia com base no artigo 120 da Lei de Execução Penal, que prevê que os condenados obtenham permissão para sair do estabelecimento onde estão presos, sob escolta, em razão de “falecimento ou doença grave do cônjuge, companheira, ascendente, descendente ou irmão”.
A operação para levar Lula ao encontro dos familiares é cercada de mistérios e de uma espécie de “pacto de silêncio”. No começo da tarde, Lebbos colocou a execução penal do ex-presidente no nível 4 de sigilo, que só permite que a própria juíza e alguns servidores possam acessá-la.
Ao longo do dia, advogados, políticos do PT, pessoas próximas ao ex-presidente e funcionários de diversos serviços se negaram a prestar informações sobre o itinerário e o roteiro da viagem do petista que permanecem, na maior parte, desconhecidos. Mesmo a Vigília Lula Livre, grupo que se manifesta rotineiramente em frente à carceragem da Polícia Federal, anunciou atividades reservadas nesta sexta, buscando garantir as “condições necessárias” para a libertação temporária do ex-presidente.
O governo do Paraná informou que, atendendo a um pedido da Polícia Federal, vai liberar um avião do poder público paranaense para que o ex-presidente viaje para São Paulo. Ainda não se sabe, contudo, se a aeronave será utilizada.
Lula está preso, desde 7 de abril de 2018, na Superintendência da Polícia Federal, em Curitiba.
Esta será a primeira vez que o ex-presidente deixará a sala especial da PF desde a prisão. Em janeiro, quando faleceu seu irmão, Genival Inácio da Silva, o Vavá, Lula não conseguiu comparecer por ter tido seus pedidos rejeitados por instâncias inferiores da Justiça.
Quando foi autorizado a encontrar seus familiares pelo presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Dias Toffoli, já não havia mais tempo hábil para que o petista viajasse a São Paulo.
O ex-presidente Lula cumpre pena de doze anos e um mês de prisão condenado em primeira e segunda instância pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro na Operação Lava Jato, considerado culpado de receber benefícios indevidos da empreiteira OAS na posse oculta e reforma de um apartamento tríplex no Guarujá, litoral de São Paulo.