O prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella (Republicanos), recorreu ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) na tentativa de anular o mandado de busca e apreensão do qual ele foi alvo na manhã de quinta-feira, 10, durante uma operação conjunta entre o Ministério Público estadual e a Polícia Civil fluminense. A relatoria é do ministro João Otávio de Noronha.
No pedido de habeas corpus, a defesa do político pede o desentranhamento e a devolução do que foi apreendido. A defesa argumenta que foram cometidas supostas ilegalidades na operação e no processo judicial, que corre no 1º Grupo de Câmaras Criminais do Tribunal de Justiça do Rio (TJ-RJ).
“A deflagração da referida medida tinha claro intuito de gerar verdadeira propaganda eleitoral negativa contra o prefeito”, diz o pedido.
Em vídeo divulgado ontem em suas redes sociais, o prefeito alegou que a operação era “estranha” e teceu críticas ao Grupo Globo.
“Considero essa ação injustificada, já que sequer existe denúncia formal e eu não sou réu nesta ou em qualquer outra ação. A investigação, que ainda nem se transformou em ação, se motiva em uma matéria do jornal O Globo, inimigo jurado do nosso governo, que alega existir na Prefeitura uma central de propinas, e a prova que apresenta é o pagamento devido pela administração anterior a uma empresa chamada Locanty. Vocês podem conferir no site de transparência da Prefeitura que nunca durante o meu governo foi feito qualquer pagamento a essa empresa”, declarou no vídeo.
Os investigadores estiveram da residência de Crivella, no condomínio Península, na Barra da Tijuca, Zona Oeste, na manhã de ontem.
Na última semana, Marcelo Crivella confirmou a sua candidatura à reeleição. Mesmo com a operação em curso na manhã de quinta, o prefeito cumpriu agenda na Marinha ao lado do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e do governador em exercício Cláudio Castro (PSC).
Entre os outros alvos, estão Eduardo Lopes, ex-senador e ex-secretário estadual de Agricultura; Mauro Macedo. ex-tesoureiro de campanha de Crivella; e o empresário Rafael Alves.
A ação faz parte de um inquérito policial instaurado para investigar possível organização criminosa e esquema de corrupção no âmbito da administração municipal carioca, sendo desdobramento da primeira fase da Operação Hades, executada em 10 de março deste ano e que identificou um “QG da propina” dentro da prefeitura.