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Damares nega ser antifeminista: ‘Sou contra exagero, abraço certas pautas’

Em entrevista para o jornal 'Folha de S. Paulo', a ministra se disse incompreendida na repercussão de algumas declarações

Por Da Redação Atualizado em 18 fev 2019, 15h23 - Publicado em 18 fev 2019, 03h16

Ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos, Damares Alves se declarou incompreendida pela repercussão de algumas de suas falas (como uma das mais recentes, na qual aconselhou pais que criam meninas a “deixarem o Brasil”). Em entrevista para o jornal Folha de S. Paulo, publicada nesta segunda-feira 18, a ministra comentou esse e outros casos. “Pais e mães de meninas, podem ficar tranquilos. Vamos mudar essa situação para que possam criar suas princesas no Brasil”, disse.

Questionada se podia ser definida como “antifeminista”, Damares afirmou ser contra “exageros”:  “Sou anti-ativismo exagerado. Tem pautas feministas que eu abraço. Por exemplo: salários iguais entre homens e mulheres e luta contra a violência. Se for para eu e as feministas irmos para as ruas de braços dados contra isso, eu vou. Mas sem o exagero de seios à mostra. Sem a doutrinação que parece pregar o ódio aos homens”.

A ministra definiu, ainda, como uma metáfora discurso de que “meninos vestem azul e meninas vestem rosa”.

“O ‘menino veste azul e menina veste rosa’ é uma metáfora extraordinária para mim. Como eu digo que menina é princesa e menino é príncipe. Onde está o erro? É tudo muito simbólico. Tanto é que descobri um projeto no Ministério da Cultura para o desprincesamento. Eu falo de princesa, eles falam de desprincesar. Eles podem falar que menino tem que vestir roupa neutra, eu não posso falar em azul. Para eles pode, para a ministra não pode. Mas isso acabou dando visibilidade ao nosso trabalho contra a erotização das crianças”, analisou. 

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Ela também comentou sua relação com Lulu, índia que criou como filha, embora não a tenha adotado formalmente.

“A Lulu é minha filha e ela tem certeza que sou mãe dela. O que une eu e minha filha são laços afetivos. Ela chegou em minha casa entre seis e sete anos. Somos mãe e filha. Existe um dispositivo jurídico que é adoção socioafetiva. Eu sou mãe socioafetiva de Lulu”, expôs a ministra.

“Você pode me perguntar: por que você não adotou oficialmente Lulu?” Porque Lulu tem mãe, pai e irmãos. Os pais de Lulu a amam. Quando eles me entregaram Lulu, foi para cuidar dela. Eles não me entregaram para adoção. Ela havia vindo para Brasília para tratamento de saúde e a conheci em uma instituição onde atuei como voluntária. Ela teve dificuldade de adaptação. Nunca falei sobre adoção com eles porque achava desnecessário”, complementou Damares Alves

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