A autorização judicial para Alexandre Nardoni passar o Dia dos Pais fora da prisão recebeu críticas no mundo político e artístico. É a primeira vez que o benefício é concedido ao condenado por matar a filha Isabella Nardoni.
No Twitter e em uma transmissão ao vivo ao lado do presidente Jair Bolsonaro (PSL), o ministro Sergio Moro (Justiça) usou o caso para defender seu projeto de lei anticrime, cuja tramitação foi deixada em segundo plano em nome da reforma da Previdência.
“No projeto de lei anticrime, consta a vedação de saídas temporárias da prisão para condenados por crimes hediondos”, escreveu Moro, que pediu ao apoio ao seu projeto.
Na esteira da proposta de Moro, o deputado federal Vinicius Poit (Novo) anunciou que apresentou um projeto para impedir a saída da prisão de quem cometer crimes contra parentes até terceiro grau. “Condenados como esse não podem sair da cadeia, ainda mais no Dia dos Pais.”
O padre Fábio de Melo também criticou a medida que beneficiou Nardoni: “Não entendo de leis, mas a ‘saidinha’ deveria ser permitida somente no dia de finados. Para que visitassem os túmulos dos que eles mataram.”
Diante das críticas de alguns seguidores, o padre reafirmou sua opinião: “Doentio é matar a filha, jogar pela janela, e anos depois sair da prisão para comemorar o dia dos pais.”
A cantora Marília Mendonça também ecoou a indignação com a decisão da Justiça. “A saidinha de Alexandre Nardoni no dia dos pais parece piada com a nossa cara”.
Há cerca de três meses, Nardoni obteve a progressão para o regime semiaberto concedido pela juíza Sueli Zeraik, da 1ª Vara de Execuções Penais de Taubaté. Com a decisão, ele obteve a permissão para deixar a prisão durante o dia para trabalhar ou estudar, mas deve retornar à cadeia durante a noite. Ele estava preso desde 2008, quando ocorreu o crime.
A esposa de Nardoni, Anna Carolina Jatobá, também condenada pelo assassinato de Isabella, já recebe o benefício de saída no Dia das Mães desde 2017. Ela também está presa no complexo penitenciário de Tremembé.