De olho no eleitor bolsonarista, Paes faz afago no PL com dinheiro do petróleo de Rio e Maricá
Acordo beneficia São Gonçalo, terceiro maior colégio eleitoral do Rio e governado por prefeito da legenda de Bolsonaro
Provável candidato a governador do Rio em 2026, o prefeito Eduardo Paes (PSD) divulgou nesta terça-feira, 02, que a capital e o município de Maricá irão ceder parte dos seus recursos dos royalties do petróleo para São Gonçalo, Magé e Guapimirim. O acordo foi firmado hoje em São Gonçalo, cidade governada pelo bolsonarista Capitão Nelson (PL), e será levado ao Supremo Tribunal Federal (STF) para homologação. Na foto do ato de hoje, Paes aparece ao lado dos outros prefeitos – incluindo o petista Washington Quaquá, de Maricá – e também do deputado Altineu Côrtes, presidente estadual do PL.
A decisão junto de Quaquá de redistribuir o dinheiro funciona como um belo afago de Paes no partido da família Bolsonaro. E pode atrair de vez um aliado importante: o prefeito de São Gonçalo, terceiro maior colégio eleitoral do estado. O município também é reduto de Altineu. “Solidariedade e empatia são fundamentais para continuarmos melhorando a vida do povo do Rio”, postou o político do PSD, em tom e candidato.
Aliança para 2026
Não é de hoje que Paes e o presidente do PL sinalizam uma aproximação. A possibilidade de uma aliança vem gerando muito ruído na política fluminense num momento em que a popularidade do governador Cláudio Castro (PL) está em alta. Após a megaoperação nos Complexos da Penha e do Alemão, ganhou força dentro do PL o debate sobre uma candidatura própria a governador para enfrentar o prefeito do Rio, que terá o apoio de Lula, nas urnas. Esse movimento tem o aval de deputados e vereadores da legenda, que fazem oposição a Paes.
Royalties de Maricá
A batalha por uma maior fatia dos royalties vinha sendo travada por São Gonçalo, Magé e Guapimirim desde 2022 na Justiça, com forte oposição do prefeito de Niterói, Rodrigo Neves (PDT). Acabou que o arranjo firmado – e decidido fora dos tribunais, sem divulgação até agora dos detalhes – envolveu apenas Rio e Maricá, cidade mais bem paga do Brasil, onde o dinheiro do petróleo jorra. Quaquá e Paes são aliados de primeira hora.
Em setembro, o Supremo Tribunal Federal (STF) impôs uma derrota aos prefeitos das três cidades, que tiveram um recursos negado. Ficou mantida, então, decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ), com os municípios permanecendo na chamada zona secundária de produção, que recebe valores menores.
Niterói foi a grande beneficiada pelo Supremo: Neves alega que a redistribuição levaria a uma perda de 11% do seu orçamento, o equivalente a R$ 1 bilhão. Essa disputa de cifras grandiosas acabou afastando o pedetista do prefeito do Rio, mas tende a garantir uma penetração maior de Paes em outras cidades da Região Metropolitana.
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