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Deputada Flordelis acata ordem e coloca tornozeleira eletrônica no Rio

Decisão foi baseada em suposto ataque a bomba contra testemunha-chave das investigações sobre assassinato do marido da parlamentar

Por Marina Lang Atualizado em 8 out 2020, 19h04 - Publicado em 8 out 2020, 15h43

A deputada federal Flordelis (PSD), apontada pela Polícia Civil e pelo Ministério Público do Rio de Janeiro como mandante do assassinato do marido, o pastor Anderson do Carmo, instalou a tornozeleira eletrônica na tarde desta quinta-feira, 8, em uma das sedes da Secretaria do Estado de Administração Penitenciária, em São Gonçalo, na região metropolitana da capital fluminense.

Ela cumpriu a determinação judicial da magistrada Nearis dos Santos Carvalho Arce, da 3ª Vara Criminal de Niterói, também na região metropolitana do Rio, que ordenou a instalação do equipamento dentro de 48h na noite da última terça. A deputada federal também deverá cumprir o recolhimento domiciliar noturno entre 23h e 6h.

A decisão da juíza se baseou em um novo depoimento de uma uma testemunha-chave à Justiça. Ela teria sofrido um atentado com artefato explosivo. A intenção seria intimidar Lucas dos Santos, filho adotivo da deputada e réu no processo de homicídio do pastor por ter conseguido a arma usada no crime.

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O atentado à bomba teria ocorrido na madrugada de 4 de setembro. A testemunha, então, prestou depoimento no cartório da vara criminal, “bastante nervosa e temerosa, noticiando fatos gravíssimos”, relatou Neáris.

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“A referida testemunha já havia noticiado no processo em trâmite nesta 3ª Vara Criminal, no qual Flávio e Lucas foram denunciados pelo delito de homicídio em face do pastor Anderson do Carmo, que a ré Flordelis vinha buscando interferir na busca da verdade real, inclusive intimidando o réu Lucas, seu filho afetivo”, escreveu a juíza.

Ela também afirmou que teme, principalmente, Flordelis e seu filho biológico, Adriano dos Santos Rodrigues, réu por ter atirado no pastor.

“A testemunha afirma acreditar que ‘a bomba foi jogada em seu quintal para intimidar a depoente’ e também para intimidar o réu Lucas, que poderia sentir-se pressionado a voltar atrás em sua versão para que a depoente não sofresse novos ataques e atentados´ diante do forte vínculo afetivo entre ambos”, diz a sentença.

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Segundo a testemunha, o ataque foi uma forma de “passar um recado para Lucas, para que ele calasse a boca e não mais relatasse a verdade”.

No final de agosto, a reportagem de VEJA flagrou a deputada federal violando decisão anterior da juíza sobre interromper contato com outros investigados. O Gaeco confirmou que o descumprimento também influenciou a decisão da magistrada.

Na decisão, a juíza também acatou o pedido de transferência de Adriano dos Santos, feito pelo assistente de acusação, Angelo Máximo, advogado que representa a família do pastor assassinado, por suspeita de que ele estivesse se comunicando com Flordelis. Ele foi para a penitenciária de segurança máxima Laércio da Costa Pellegrino, conhecida como Bangu 1, no Complexo de Gericinó, na zona oeste do Rio.

Procurada, a defesa de Flordelis não se manifestou sobre a colocação da tornozeleira eletrônica.

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