Black Friday: Assine a partir de 1,49/semana

Deputados derrotam Eduardo Bolsonaro e adiam acordo da Base de Alcântara

Oposição e centro dizem que debate sobre projeto de interesse de Bolsonaro e Trump está contaminado por indicação do filho do presidente à embaixada nos EUA

Por Da Redação 13 ago 2019, 20h39

Deputados de oposição e do centro conseguiram nesta terça-feira, 13, adiar a votação do acordo entre Brasil e EUA sobre o uso comercial da Base de Alcântara, no Maranhão, na Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional da Câmara, contrariando a intenção de seu presidente, Eduardo Bolsonaro (PSL-SP). A discussão da proposta chega à reta final às vésperas de o Planalto encaminhar ao Senado a indicação do filho de Jair Bolsonaro ao cargo de embaixador do Brasil em Washington (EUA).

Desde o início da sessão, a oposição tentou obstruir a pauta afirmando que a discussão do acordo estava contaminada com a indicação de Eduardo ao posto diplomático mais importante do país no exterior. A aprovação da matéria foi uma das tarefas que o deputado recebeu do pai antes de ser indicado para a embaixada. No início do mês, o presidente da República cobrou a aprovação da questão. “Este acordo está embolado por sua possível nomeação como embaixador”, disse a deputada Pérpetua Almeida (PCdoB-MA), que fez um pedido de vista que levou ao adiamento da decisão.

O acordo de salvaguardas tecnológico foi assinado entre os dois países em março deste ano, quando o presidente Jair Bolsonaro se reuniu com o colega norte-americano, Donald Trump, nos Estados Unidos. A mensagem chegou à Câmara em junho. A base é considerada um dos melhores locais no mundo para o lançamento de foguetes, por estar próxima à linha do Equador e, consequentemente, possibilitar lançamentos com menos combustível.

De acordo com o governo, a proposta dá amparo legal para o uso comercial de Alcântara, não importa por qual país, oferecendo a possibilidade de empresas privadas efetuarem lançamentos espaciais a partir do Centro de Lançamento de Alcântara. Os Estados Unidos só permitem que equipamentos que possuam tecnologias americanas sejam utilizados na base aérea brasileira caso o acordo seja assinado.

Segundo o presidente da comissão de implantação de sistemas espaciais, brigadeiro Luiz Fernando de Aguiar, os americanos têm domínio de 80% do mercado e equipamentos do setor e que a não aprovação da proposta reduziria o potencial de exploração comercial da base. As autoridades brasileiras asseguram que o acordo de salvaguardas com os Estados Unidos não atinge a soberania do Brasil.

Continua após a publicidade

Tramitação

Os deputados Rubens Bueno (Cidadania-PR) e Aécio Neves (PSDB-SP) afirmaram que a presidência da comissão descumpriu um acordo para a tramitação da proposta. Desde junho, Eduardo tentou acelerar a votação colocando na relatoria um parlamentar alinhado com o governo. O parecer de Hildo Rocha (MDB-MA), favorável ao acordo, foi protocolado no dia 11 daquele mês, cinco dias após o documento chegar oficialmente à comissão. Sem discutir com os demais membros do colegiado, o filho do presidente tentou levar a proposta direto à votação, mas foi barrado por deputados da oposição e de partidos de centro que acordaram adiar a votação até a realização de duas audiências públicas e uma visita técnica na base em Maranhão. Durante a votação, Eduardo negou a manobra. “O que está sendo atropelado aqui é a proposta. Já adiamos demais essa discussão”, afirmou.

(Com Estadão Conteúdo)

 

Publicidade

Imagem do bloco

4 Colunas 2 Conteúdo para assinantes

Vejinhas Conteúdo para assinantes

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Black Friday

A melhor notícia da Black Friday

BLACK
FRIDAY

MELHOR
OFERTA

Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de 5,99/mês*

ou
BLACK
FRIDAY
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (menos de R$10 por revista)

a partir de 39,96/mês

ou

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.