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Deputados do Rio suspeitam de grampos ilegais pelo governo Witzel

Presidente da Alerj, André Ceciliano (PT), pediu explicação formal ao Palácio Guanabara. Parlamentares disseram a VEJA que foram ameaçados

Por Cássio Bruno Atualizado em 8 fev 2020, 16h04 - Publicado em 8 fev 2020, 15h30
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  • Governador afastado do Rio Wilson Witzel
    Governador afastado do Rio Wilson Witzel (Mauro Pimentel/AFP)

    Os deputados estaduais do Rio de Janeiro suspeitam que o governo Wilson Witzel (PSC) tenha montado uma rede de espionagem contra parlamentares para chantageá-los. Eles publicaram no Diário Oficial da última sexta-feira, 7, pedidos de informações a Witzel. O objetivo é saber se o governador ou seus auxiliares criaram ou não um bunker no Palácio Guanabara para produzir dossiês contra esses políticos, incluindo grampos telefônicos ilegais e imagens e áudios de reuniões que possam constrangê-los.

    O documento é assinado pelo presidente da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), André Ceciliano (PT), e tem um prazo de 30 dias. De acordo com o Diário Oficial, o petista quer saber se há “a existência, a manutenção e a captação, em qualquer secretaria ou órgão ligado ao Poder Executivo, de escutas telefônicas, captações ambientais, interceptações físicas (seguir pessoas e captar suas imagens, encontros e afazeres), ações controladas com infiltrações de agentes, a captação de mensagens de SMS ou qualquer outro aplicativo de mensagens e e-mails contra autoridades públicas”.

    Ceciliano também perguntou se há “a existência, a manutenção e o armazenamento, em qualquer secretaria ou órgão ligado ao Poder Executivo, de dados cadastrais consolidados contra autoridades públicas e seus familiares”. O caso foi denunciado por deputados ao presidente da Alerj, que decidiu pedir explicações a Witzel. Parlamentares ouvidos neste sábado, 8, por VEJA disseram que encontraram grampos em seus gabinetes e foram ameaçados. Todos quiseram manter o anonimato.

    Nos bastidores, a guerra está sendo travada entre André Ceciliano e o secretário estadual de Desenvolvimento Econômico, Energia e Relações Internacionais, Lucas Tristão, um dos principais homens de confiança de Witzel. Tristão e outros secretários são suspeitos de serem os responsáveis pela espionagem. Na última semana, a Alerj rejeitou a indicação de Bernardo Sarreta, advogado, amigo e subsecretário de Tristão, para a presidência da Agência Reguladora de Energia e Saneamento Básico do estado do Rio (Agenersa), em um dos capítulos da crise.

    “O Tristão ameaçou dizendo que tem os 70 deputados monitorados e que vai atrapalhar a vida dos parlamentares que respondem a processos. Afirmou que vai usar o Judiciário e o Ministério Público para atacar os deputados. Fica fazendo bravata. Houve uma rebelião. Estamos revoltados. Por isso, o André Ceciliano teve a iniciativa de pedir as informações oficialmente”, revelou um deputado a VEJA.

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    Procurado pela reportagem, Tristão disse apenas que o caso deve ser resolvido pelo secretário da Casa Civil, André Moura, por ele ser o articulador político do governo. O secretário de Desenvolvimento Econômico negou, porém, qualquer prática ilegal contra os deputados. “Mantenho relações cordiais com a Alerj e, principalmente, com o presidente André Ceciliano”, disse.

    Já a assessoria de imprensa de Witzel não respondeu se o governador prestará todas as informações listadas no requerimento da Alerj. Em nota, o Palácio Guanabara disse apenas que: “O governo do Rio de Janeiro mantém relação institucional e de alto nível com a Alerj. Essa colaboração tem propiciado a recuperação financeira e administrativa em benefício da população fluminense. Há profundo respeito pelas senhoras deputadas e pelos senhores deputados por parte do governador Wilson Witzel e de todo seu secretariado. Jamais o governo usaria de qualquer mecanismo irregular para acompanhar ou monitorar parlamentares. Isso feriria a democracia, pilar da sociedade brasileira. O diálogo é a única forma aceita nesta relação. Diálogo sempre franco, aberto e transparente”.

    O presidente da Alerj, André Ceciliano, afirmou que não comentará “porque o requerimento já explica tudo”.

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