Black Friday: Assine a partir de 1,49/semana
Continua após publicidade

‘Dilma Bolada’ recebeu R$ 200 mil em dinheiro vivo de Santana

Em delação premiada, Mônica Moura relatou como a campanha de Dilma Rousseff em 2014 convenceu o administrador da página a reativá-la

Por João Pedroso de Campos Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 11 Maio 2017, 18h34 - Publicado em 11 Maio 2017, 17h07
  • Seguir materia Seguindo materia
  • Em meio à guerra nas redes sociais durante a campanha presidencial de 2014, vencida pela ex-presidente Dilma Rousseff, a página “Dilma Bolada” no Facebook era uma das armas mais poderosas do lado petista das trincheiras virtuais. Tanto era assim que Dilma e o bunker de sua campanha se ressentiram quando a página, com 1,4 milhão de seguidores à época, foi desativada por seu criador, o publicitário Jeferson Monteiro, e se esforçaram (com sucesso) a demovê-lo da deserção.

    “Pra (sic) todos que estão perguntando: tirei a Dilma Bolada do ar, o.k.? Sem drama e sem mimimi”, anunciou Monteiro em tom de mistério, no dia 23 de julho de 2014.

    Em sua delação premiada, a mulher do marqueteiro João Santana, Mônica Moura, revela a principal motivação da mudança de ideia de Monteiro e como suas postagens sagazes e bem humoradas para dali em diante foram financiadas: 200.000 reais em dinheiro vivo, retirados do caixa dois recebido pelo casal de marqueteiros.

    “Em reunião no comitê central da campanha em Brasília, Edinho Silva relatou a Mônica que Dilma Rousseff estava furiosa pela retirada da página Dilma Bolada do ar, e que esse problema teria que ser imediatamente resolvido pela Polis, pois eles não tinham outro meio de sanar o problema com a urgência necessária”, diz o acordo de Mônica Moura firmado com a Procuradoria-Geral da República e divulgado nesta quinta-feira pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

    Ao saber da fúria da então presidente, Mônica Moura diz ter ligado a Jeferson Monteiro e combinado com o publicitário que um funcionário dela o procuraria para “resolver o assunto”.

    Continua após a publicidade

    “Então, Monica Moura utilizou parte dos pagamentos que recebia por fora em espécie (propina) e realizou pagamento de 200.000 reais ao publicitário em espécie, que reativou a página no dia 29 de julho do mesmo ano”, relatou.

    Após a volta do soldado pródigo ao front dilmista (veja o tuíte abaixo), Mônica relatou aos investigadores ter comentado com Edinho Silva, hoje prefeito de Araraquara (SP), “que estava fazendo isso como um ato de boa vontade pois o contrato da Polis não previa este tipo de responsabilidade”.

    De acordo com a mulher de João Santana, o funcionário responsável por negociar o pagamento e entregá-lo a Jeferson Monteiro também vai aderir a um acordo de delação premiada com o Ministério Público Federal.

    Continua após a publicidade

    Monteiro usou o Facebook para comentar as revelações de Mônica Moura. “Pelos meus cálculos, eu já teria que ter, no mínimo, R$ 1,7 milhão de reais na conta: R$ 500 mil segundo a Revista Época, R$ 1 milhão segundo Marcelo Odebrecht e agora mais R$ 200 mil segundo Monica Moura. Alguém, por gentileza, me avisa onde que tenho que retirar a quantia porque estou com o aluguel atrasado e o telefone cortado. Obrigado!”.

    Outros favores

    Além de utilizarem dinheiro de caixa dois para convencer Jeferson Monteiro a ressuscitar “Dilma Bolada”, João Santana e Mônica Moura também utilizaram o caixa dois para fazer outros agrados à ex-presidente.

    Continua após a publicidade

    O cabeleireiro Celso Kamura recebeu 50.000 reais de Santana e Mônica, oriundos de pagamentos paralelos, para prestar serviços a Dilma entre os anos de 2010 e 2014, incluindo o período não eleitoral. Segundo a delatora, Kamura cobrava 1.500 reais a cada ida a Brasília, onde atendia a então presidente no Palácio da Alvorada. O valor, sempre em espécie, era entregue ao cabeleireiro em seu escritório em São Paulo, conforme Mônica disse à PGR.

    O casal também gastou 40.000 reais com os serviços de uma mulher que fazia as vezes de camareira, cabeleireira e maquiadora particular de Dilma durante o ano de 2010. Segundo a delação de Mônica Moura, o valor foi dividido em parcelas de 4.000 reais, entregues em espécie à funcionária.

    Outro favor bancado por Santana e Mônica à ex-presidente com dinheiro de caixa dois de campanha foi o pagamento, em períodos não eleitorais, dos três operadores de teleprompter preferidos de Dilma: Flávio Votmannsberger, Yetor Votmannsberger e Rafael Votmannsberger. Segundo a delatora, eles cobravam 1.500 reais por dia para acompanhar a petista em alguns deslocamentos e “até em viagens internacionais como, por exemplo, na reunião da ONU”. Os Votmannsberger receberam, de acordo com a mulher de João Santana, valores superiores a 100.000 reais.

    Publicidade

    Publicidade
    Imagem do bloco

    4 Colunas 2 Conteúdo para assinantes

    Vejinhas Conteúdo para assinantes

    Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

    Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

    Black Friday

    A melhor notícia da Black Friday

    BLACK
    FRIDAY

    MELHOR
    OFERTA

    Digital Completo

    Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de 5,99/mês*

    ou
    BLACK
    FRIDAY
    Impressa + Digital
    Impressa + Digital

    Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (menos de R$10 por revista)

    a partir de 39,96/mês

    ou

    *Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
    *Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

    PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
    Fechar

    Não vá embora sem ler essa matéria!
    Assista um anúncio e leia grátis
    CLIQUE AQUI.