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Dilma chama de ‘mentiroso’ depoimento de Odebrecht

Ex-presidente negou que tenha pedido recursos da empreiteira e autorizado pagamentos via caixa dois durante a campanha eleitoral de 2014

Por Da redação
Atualizado em 4 jun 2024, 19h18 - Publicado em 2 mar 2017, 12h55
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  • A ex-presidente Dilma Rousseff reagiu nesta quinta-feira ao depoimento do empreiteiro Marcelo Odebrecht prestado ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em que ele confirmou o caixa dois na campanha da chapa Dilma-Temer nas eleições de 2014. Em nota, a petista classificou a informação como “mentirosa” e “um insulto à sua honestidade”, negando que tenha pedido recursos da Odebrecht ou autorizado pagamentos por fora a prestadores de serviços.

    “A insistência em impor à ex-presidente uma conduta suspeita ou lesiva à democracia ou ao processo eleitoral é um insulto à sua honestidade e um despropósito a quem quer conhecer a verdade sobre os fatos”, escreveu a assessoria de Dilma. Ela também questionou o fato de as informações virem à tona no mesmo momento em que novas suspeitas recaem sobre os “artífices do golpe de 2016”, referindo-se aos homens fortes do governo Temer.

    Preso na Operação Lava-Jato, o herdeiro da holding que leva o seu sobrenome prestou ontem depoimento de quatro horas ao ministro do TSE Herman Benjamin, relator do processo que investiga a chapa por abuso de poder econômico e político. A ação pode resultar na perda de mandato do presidente Michel Temer e na declaração de inelegibilidade de Dilma.

    Na oitiva, Odebrecht também confirmou o pagamento feito ao publicitário João Santana, responsável pela campanha em 2014, com recursos de caixa dois acertados com o então ministro da Fazenda, Guido Mantega. Ao final do depoimento, ele afirmou que não tinha como “dar certeza” se Dilma e Temer sabiam das negociações e de “qualquer ilicitude nas doações”.

    O empreiteiro afirmou que o governo petista, ainda na gestão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, teria negociado com a empresa duas “contrapartidas” por uma medida provisória negociada por Mantega ainda em 2009 e que beneficiaria a empresa. Os recursos não teriam sido usados na campanha de 2010 e teriam ficado como um crédito para uso posterior, no valor de 50 milhões de reais.

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    No texto, Dilma nega que tenha indicado o seu ex-ministro da Fazenda para tratar de arrecadação eleitoral e ressaltou que “todas as doações (…) foram feitas de acordo com a legislação, tendo as duas prestações de contas sido aprovadas pelo Tribunal Superior Eleitoral”.

    Confira abaixo a nota na íntegra: 

    Sobre as declarações do empresário Marcelo Odebrecht em depoimento à Justiça Eleitoral, a Assessoria de Imprensa de Dilma Rousseff afirma:

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    1. É mentirosa a informação de que Dilma Rousseff teria pedido recursos ao senhor Marcelo Odebrecht ou a quaisquer empresários, ou mesmo autorizado pagamentos a prestadores de serviços fora do país, ou por meio de caixa dois, durante as campanhas presidenciais de 2010 e 2014.

    2. Também não é verdade que Dilma Rousseff tenha indicado o ex-ministro Guido Mantega como seu representante junto a qualquer empresa tendo como objetivo a arrecadação financeira para as campanhas presidenciais. Nas duas eleições, foram designados tesoureiros, de acordo com a legislação. O próprio ex-ministro Guido Mantega desmentiu tal informação.

    3. A insistência em impor à ex-presidenta uma conduta suspeita ou lesiva à democracia ou ao processo eleitoral é um insulto à sua honestidade e um despropósito a quem quer conhecer a verdade sobre os fatos.

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    4. Estranhamente, são divulgadas à imprensa, sempre de maneira seletiva, trechos de declarações ou informações truncadas. E ocorrem justamente quando vêm à tona novas suspeitas contra os artífices do Golpe de 2016, que resultou no impeachment da ex-presidenta da República.

    5. Dilma Rousseff tem a certeza de que a verdade irá prevalecer e o caráter lesivo das acusações infundadas será reparado na própria Justiça.

    6. Por fim, cabe reiterar que todas as doações às campanhas de Dilma Rousseff foram feitas de acordo com a legislação, tendo as duas prestações de contas sido aprovadas pelo Tribunal Superior Eleitoral.

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