Black Friday: Assine a partir de 1,49/semana

Dilma falou em pagamento pelo ‘tradicional’ caixa 2, diz Santana

Petista é personagem do acordo de delação premiada de João Santana e de Mônica Moura, já homologado pelo STF

Por Laryssa Borges Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO , Thiago Bronzatto Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 11 Maio 2017, 17h48 - Publicado em 11 Maio 2017, 16h06

Marqueteiro das campanhas presidenciais petistas, o publicitário João Santana disse, em acordo de delação premiada, que a ex-presidente Dilma Rousseff afirmou a ele que parte de seus serviços de propaganda eleitoral seria quitado via caixa dois, classificado por ela como a “forma tradicional” de realização de campanhas. Aos investigadores da Operação Lava Jato, Santana declarou que “negociações informais” para pagamentos se intensificaram durante o período de Dilma Rousseff, “com a participação direta” da petista.

Em um dos depoimentos de sua delação, Santana disse que, entre maio e junho de 2014, em um almoço íntimo no Palácio da Alvorada, em Brasília, Dilma lhe assegurou que atrasos de pagamento não ocorreriam e que uma pessoa de “total confiança” seria responsável pelo programa de pagamentos. Essa pessoa, disse o delator, é o ex-ministro Guido Mantega. Na época, João Santana ainda não tinha recebido pagamentos pela campanha de 2010 e pressionava para que não houvesse atrasos nos repasses.

Meses depois, por volta de outubro e novembro de 2014, já durante as investigações da Operação Lava Jato, a então presidente Dilma comentou com João Santana, durante um almoço, que o empreiteiro Marcelo Odebrecht estava mandando recados velados sobre as investigações a respeito do petrolão. Na opinião de Dilma, Odebrecht estava vazando informações sobre pagamentos ilegais na campanha como forma de mandar um “recado” à presidente. Pressionada pelo empreiteiro, Dilma tratou de se certificar de que os pagamentos ao casal João Santana e Mônica Moura tinham sido feitos de “forma segura” via caixa dois. Para Dilma, a atuação de Odebrecht contra ela poderia acabar causando prejuízos também ao próprio empresário, já que a petista tinha conhecimento de que ele era um notório financiador, via caixa dois, dos serviços de João Santana em campanhas no exterior.

A estratégia de Dilma, relatou Santana em sua delação, era a de que, confrontada com as suspeitas de caixa dois, poderia apresentar os “altos valores oficiais da campanha” como argumento de defesa. Por via das dúvidas, a petista recomendou que o casal de marqueteiros permanecesse o maior tempo possível fora do Brasil. “Qualquer novidade, ela avisaria”, disse João Santana às autoridades.

No fim de novembro de 2014, com a intensificação do cerco da Operação Lava Jato, Mônica Moura, esposa e sócia de Santana, teve de fazer uma viagem às pressas a Brasília. Novamente, foi alertada por Dilma de que deveria ficar fora do país para sair do radar das autoridades. Qualquer novidade, garantiu a presidente, seria repassada por intermédio do e-mail secreto que ela e Mônica Moura compartilhavam.

Em nota, a assessoria de Dilma Rousseff lamentou que o sigilo da delação premiada do casal João Santana e Mônica Moura tenha vindo a público somente agora e disse que o teor dos depoimentos revela “contradições e falsos testemunhos”. “Dilma Rousseff, contudo, reitera o que apontou antes: João Santana e Monica Moura prestaram falso testemunho e faltaram com a verdade em seus depoimentos, provavelmente pressionados pelas ameaças dos investigadores”, disse.

Publicidade

Imagem do bloco

4 Colunas 2 Conteúdo para assinantes

Vejinhas Conteúdo para assinantes

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Black Friday

A melhor notícia da Black Friday

BLACK
FRIDAY

MELHOR
OFERTA

Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de 5,99/mês*

ou
BLACK
FRIDAY
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (menos de R$10 por revista)

a partir de 39,96/mês

ou

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.