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Dilma Rousseff diz que depoimento de Palocci ‘é uma ficção’

Em depoimento ao juiz Sergio Moro, o ex-ministro da Fazenda afirmou que a relação dos governos do PT com a empreiteira era 'movida' a propina

Por Da Redação
8 set 2017, 09h51

A ex-presidente Dilma Rousseff (PT) afirmou nesta quinta-feira que o depoimento do ex-ministro da Fazenda Antonio Palocci “é uma ficcção”. Palocci, que também chefiou a Casa Civil no governo da petista, afirmou ao juiz federal Sergio Moro que a relação das administrações do PT com a empreiteira Odebrecht era “movida a propina”.

Em nota, Dilma disse que Palocci “falta com a verdade” quando aponta o envolvimento dela em supostas reuniões de governo para tratar de facilidades à empreiteira durante seu mandato ou do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. “Tais encontros ou tratativas relatadas pelo ex-ministro jamais ocorreram. Relatos de repasses de propinas também são uma mentira”, afirmou no comunicado.

O ex-ministro está preso desde setembro do ano passado e foi condenado, em junho, pelo juiz Sergio Moro a 12 anos de prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Anteontem, Antonio Palocci – ouvido em ação na qual é réu – disse que Lula e a Odebrecht fizeram um “pacto de sangue” em que a empreiteira se comprometeu a pagar 300 milhões de reais em propina em troca de vantagens nos governos Lula e Dilma.

Segundo Dilma, todo o conteúdo das supostas conversas descritas por Palocci com sua participação se trata de invenções do ex-ministro. “Esta é uma estratégia adotada pelo delator em busca de benefícios da delação premiada”, afirmou a petista.

“O episódio em que cita um inacreditável benefício à Odebrecht pelo governo Dilma Rousseff, durante o processo de concessões de aeroportos, mostra que o sr. Antonio Palocci mente”, assinala a nota. De acordo com Dilma, a decisão citada por ele como uma suposta vantagem à empreiteira foi tomada pelo governo para “gerar concorrência entre as empresas concessionárias de aeroportos”.

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Laranja

No mesmo dia em que Palocci admitiu sua participação em ilícitos, o empresário Demerval de Souza, dono da construtora DAG, confirmou ter comprado o terreno em São Paulo para a construção da sede do Instituto Lula. Ele disse ter entrado como “um laranja”, mas acabou sendo “um pato” nas negociações. “Eu entrei como laranja nesse processo, e eu vejo que eu fui um pato. Isso que eu fui”, declarou.

Em nota, a defesa de Lula negou as acusações e afirmou que Palocci foi “pressionado” a fazer “acusações sem provas”. “Palocci muda depoimento em busca de delação”, afirmou. A Odebrecht informou também por meio de nota que a empresa “está colaborando com a Justiça no Brasil e nos países em que atua”.

(Com Estadão Conteúdo)

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