Em seu discurso ao ser diplomado presidente da República pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), nesta segunda-feira, 10, Jair Bolsonaro (PSL) apelou por unidade entre os brasileiros e ressaltou ter compromisso com a democracia. Por outro lado, manteve o discurso de campanha ao criticar indiretamente o PT e citar os pilares de seu governo: combate à corrupção, ao crime e recuperação econômica baseada na valorização da meritocracia e na melhoria das condições para empreender no país.
“Aos que não me apoiaram, peço sua confiança para construirmos um futuro melhor para o nosso país. A partir de janeiro serei o presidente dos 210 milhões de brasileiros, sem distinção de origem social, raça, sexo, cor, idade ou religião”, disse Bolsonaro. “Nosso compromisso com a soberania do voto popular é inquebrantável”, afirmou.
Ele também acenou ao TSE, responsável por organizar as eleições e o funcionamento da urna eletrônica, alvo frequente de críticas do pesselista, ao agradecer à “família da Justiça eleitoral pelo extraordinário trabalho”.
O presidente eleito disse entender que os brasileiros querem “paz e prosperidade”, sem “abdicar” de seus valores. “Todos conhecemos a pauta histórica de reivindicações da população brasileira: segurança pública e combate ao crime, igualdade de oportunidade com respeito ao mérito e ao esforço individual. Todos sabemos disso, mas ainda não conseguimos oferecer à população o que lhe cabe por dever do Estado”, completou.
“Nossa obrigação é garantir que os brasileiros regressem a seus lares em segurança após um dia de trabalho. Nosso dever é oferecer condições para que o empreendedor crie empregos e gere renda ao trabalhador”, ressaltou.
Além do contraponto ao discurso do PT do ponto de vista social, Jair Bolsonaro afirmou em seu discurso que pretende acabar com a “manipulação ideológica” e a “submissão do nosso destino a interesses alheios”, dois dos principais pontos de seus ataques aos petistas e à esquerda, ao lado da corrupção.
“A construção de uma nação mais justa e desenvolvida requer uma ruptura com práticas que historicamente retardaram nosso progresso, não mais a corrupção, não mais a violência, não mais as mentiras, não mais manipulação ideológica, não mais submissão do nosso destino a interesses alheios, não mais mediocridade complacente em detrimento do nosso desenvolvimento”, declarou.
O presidente eleito ainda disse que sua vitória nas eleições de outubro mostrou uma “realidade distinta das práticas do passado” e citou indiretamente as redes sociais, ambiente que deu a ele ressonância nacional e sustentou sua campanha, sobretudo depois que sofreu uma facada. “O poder popular não precisa mais de intermediação. As novas tecnologias permitiram relação direta entre o eleitor e os representantes. Nesse novo ambiente a crença na liberdade é a melhor garantia de respeito aos altos ideias que balizam nossa constituição.”