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Doria, sobre ambição de ser presidente: ‘Não vou dizer que não’

Prefeito afirma não querer brigar com Alckmin por uma vaga na disputa eleitoral de 2018, mas admite assumir a candidatura se essa for a decisão do partido

Por Ana Clara Costa
Atualizado em 19 ago 2017, 08h00 - Publicado em 19 ago 2017, 08h00

O prefeito de São Paulo, João Doria, declara que não deixará o PSDB e não disputará prévias para a candidatura presidencial contra seu padrinho político, o governador Geraldo Alckmin. Mas também diz que não se fará de rogado se o partido o escolher para concorrer ao Palácio do Planalto. Em relação à definição do mês de dezembro como prazo para a escolha do candidato tucano à Presidência, um pleito de Alckmin que, sabidamente, desfavoreceu o prefeito, Doria esquiva-se de tomar posição. “É bom para o PSDB ter um candidato escolhido já no início do próximo ano”, diz. Em entrevista a VEJA, o prefeito afirmou que suas incessantes viagens país afora decorrem de sua função de vice-presidente da Frente Nacional de Prefeitos — e não de sua condição de virtual candidato. Sobre inspirações na política, disse mirar os presidentes Emmanuel Macron, na França, e Mauricio Macri, na Argentina, “agentes transformadores” com “ideias novas, sentimento patriótico, força e determinação para cumprir seus objetivos”. A seguir, os principais trechos da entrevista.

O senhor vai deixar o PSDB? Sou filiado ao PSDB desde 2001 e seguirei no PSDB. Minha filiação não teve nenhum objetivo eleitoral. Em 2001 eu era um empresário, e só em 2016 disputei prévias. Por esse histórico, não vejo razão para sair. Houve convites do PMDB e do DEM, e de outros partidos também. Prefiro não mencionar quais. Mas isso só me honra. Ninguém convida alguém para o seu partido se não encontra valor e conteúdo nessa pessoa.

Por que todos creem que o senhor quer ser candidato à Presidência em 2018? No fim do primeiro mês de governo, começaram a surgir esses rumores. Logo na sequência, as pesquisas iniciais que foram feitas pelo Datafolha, Ibope e Instituto Paraná já incluíam meu nome. Não tenho controle sobre os institutos de pesquisa nem sobre o que fazem com meu nome. Nós não temos estrutura de campanha, não compro pesquisa, não faço nenhum esforço adicional para me colocar. Então, considero que isso seja pela inovação na nossa gestão. Há uma ânsia na opinião pública por transformação.

O senhor tem ambição de ser presidente? Qualquer pessoa se sentiria honrada com essa perspectiva. Não vou dizer que não me sentiria também. Mas não transformo isso numa meta nem em obsessão. Entendo que temos um longo tempo pela frente e que aqueles que hoje ocupam função no Executivo, como é o meu caso, precisam cuidar do Executivo. O que mais pode me promover, endossar e referendar é uma boa gestão na prefeitura. Sem isso, não haverá pesquisa nem público nem ninguém que possa sequer considerar essa possibilidade. Não existe nenhuma ilegitimidade nisso. Mas tudo a seu tempo.

Se o governador Geraldo Alckmin for atingido de forma definitiva pela Lava-Jato, o senhor vai se colocar como candidato? Não tenho curso de leitura de mãos. Não posso fazer uma análise sobre essa condição. O que sei hoje é que Geraldo é um homem decente, honesto. Sobre uma eventualidade que possa ocorrer, fruto de Lava-Jato e de investigações, prefiro não fazer previsões.

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