Um e-mail encontrado nos computadores do deputado Ricardo Barros (PP-PR), líder do governo na Câmara, reforçou a suspeita do Ministério Público de que o parlamentar, além de receber propina, também se empenhou em ocultar o dinheiro. Uma reportagem publicada na última edição da revista VEJA revelou documentos inéditos da investigação que apura a denúncia de que Barrros, quando era secretário de Indústria e Comércio do Paraná, teria embolsado 5 milhões de reais para viabilizar um negócio de interesse do Grupo Galvão.
ASSINE VEJA
Clique e AssineA mensagem apreendida foi recebida por Ricardo Barros no dia 5 de fevereiro de 2014. Nela, o advogado Rogério Leandro Rodrigues envia ao deputado a minuta de um contrato, informando ter feito as “alterações” solicitadas por Barros e chamando a atenção para “a questão do lucro imobiliário”: “O problema é como justificar a entrada do dinheiro”. Para os promotores, o texto é um forte indício de crime de lavagem de capitais.
“A respeito dessa camuflagem contábil, necessário demonstrar o e-mail trocado entre Ricardo Barros e a pessoa identificada como Rogério Rodrigues, na data de 05/02/2014 – contemporâneo aos pagamentos, em tese, das propinas – onde é discutido uma forma de ‘justificar a entrada do dinheiro’”, diz trecho do relatório MP.
Procurado por VEJA, o advogado disse que o contrato se referia à compra de um lote. “Não há nada de irregular nessa orientação. Eu estava apenas discutindo contabilmente como justificar a entrada do dinheiro”, diz Rogério. O deputado também rebate as suspeitas do Ministério Público: “A fonte (do dinheiro) é lícita e está declarada no Imposto de Renda”. Barros reclama que está sendo alvo de uma saraivada de acusações, sem sequer ter direito de acesso ao inquérito.