Prestes a completar três anos de sua prisão pela Operação Lava Jato, o empresário Eike Batista finalmente se convenceu que não lhe resta outra saída, a não ser um acordo de colaboração premiada com o Ministério Público Federal.
Sua esposa, a advogada Flávia Sampaio, também participa das negociações com os procuradores. A informação foi veiculada pelo jornal O Globo, e confirmadas por VEJA pelo advogado Fernando Martins. Segundo Martins, no entanto, o filho mais velho de Eike, Thor Batista, não participa das negociações, pois não tinha conhecimento dos negócios que levaram à colaboração.
Eike foi preso em 30 de janeiro de 2017, depois que os doleiros Marcelo e Renato Chebar delataram que ele havia pago 16,5 milhões de dólares ao ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral. O dinheiro foi passado a Cabral por meio de uma conta internacional em nome de um laranja.
Os irmãos Chebar eram doleiros e administravam cerca de 100 milhões de dólares acumulados em propinas pelo ex-governador durante os dois mandatos em que comandou o estado do Rio.
Eike já foi condenado pelo caso em primeira instância. Pegou 30 anos de prisão pelos crimes de corrupção ativa e lavagem de dinheiro. Agora, aguarda em liberdade ao julgamento da segunda instância.
Cabral, apesar de preso em novembro de 2016, só começou a confessar seus crimes em fevereiro do ano passado. Ele não conseguiu, no entanto, fechar um acordo de colaboração.