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Eleição de Bolsonaro detona guerra ideológica na USP

Apoiadores de Bolsonaro convocaram 'marcha' que reuniu 20 pessoas e provocou reação maior de estudantes; outro grupo fez foto com ameaças a mulheres

Por André Siqueira Atualizado em 30 out 2018, 21h41 - Publicado em 30 out 2018, 20h13

A eleição de Jair Bolsonaro como presidente da República no último domingo (28) motivou uma série manifestações pró ou contra a vitória do candidato do PSL na Universidade de São Paulo.

No campus da USP na capital paulista, apoiadores do presidente eleito organizaram a Marcha do Chola Mais em comemoração à eleição do capitão reformado do Exército.

Apesar das mais de 18.000 pessoas que manifestaram interesse no Facebook, a passeata reuniu cerca de 20 pessoas na Escola Politécnica da USP e passou por outros prédios da universidade, como a Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH).

Em resposta à manifestação dos apoiadores de Bolsonaro, o Movimento Antifascista da USP, apoiado por centros acadêmicos e pelo Diretório Central Estudantil (DCE), convocou um ato que reuniu mais de 500 pessoas — segundo os organizadores.

O protesto começou na FFLCH e terminou na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU-USP), onde os manifestantes entoaram gritos de “ele não, ele nunca, ele jamais”, contra Bolsonaro.

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‘Nova era’

Ainda na USP, quatro estudantes da Faculdade de Economia e Administração (FEA-USP) posaram para uma foto em que ameaçam mulheres petistas e anunciam a chegada de uma “nova era”.

Um dos alunos traja um uniforme militar e outros dois fazem alusão a Kim Jong-Un, líder da Coreia do Norte, e ao presidente dos Estados Unidos Donald Trump. Ao fundo, um quarto estudante segura uma bandeira de um movimento nacionalista dos EUA. A imagem também mostra duas armas — não se sabe se são reais ou de brinquedo.

A direção da FEA instaurou uma sindicância para investigar quem são os alunos e quais medidas serão tomadas. Por meio de nota, a Faculdade repudiou a incitação à violência.

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“Em algumas situações, algo que pode ser pensado como ‘brincadeira’ pode ser o estopim para aumento da agressividade e mesmo ameaças. Isso é inaceitável, pois queremos um ambiente em que a comunidade possa pensar, discutir, aprender e crescer”, diz a nota assinada pelo diretor Fábio Frezatti.

Em mensagem destinada a seus colegas, o idealizador da foto pediu desculpas. “A foto é apenas zoação com o Bolsonaro eleito, retratando a falta de concordância/coerência entre os apoiadores de seu governo (alguns acreditam que se aproximará de um governo Trumpista outros de uma ditadura, por intermédio do exército – perfis muito retratados nas mídias sociais como criticas e até mesmo memes)”, disse. Ele também faz referência a um meme que circula na internet com as frases “a nova era está chegando” e “está com medo petista safada?”.

Racismo

Na segunda-feira, um estudante do 10º semestre de Direito da Universidade Presbiteriana Mackenzie divulgou um vídeo, em suas redes sociais, no qual afirma, vestido com uma camisa estampada com o rosto de Bolsonaro, que a “negraiada vai morrer (sic)”.

Como forma de repúdio, alunos protestaram contra a violência e discursos de ódio. “Divergências políticas devem ser sempre respeitadas, mas jamais toleraremos que um aluno clame por morte de nossos pares”, diz a publicação do DCE Mackenzie, em seu Facebook.

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A universidade repudiou o aluno por meio de nota e  informou que abriu um processo disciplinar e o suspendeu preventivamente de suas atividades acadêmicas.

O estudante também foi demitido de seu estágio em um escritório de advocacia. “O escritório repudia veementemente qualquer manifestação que viole direitos e garantias estabelecidos pela Constituição Federal”, diz a nota da banca DDSA.

Em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo, o estudante Pedro Bellintani Balleoti disse estar arrependido. Ele contou que o vídeo foi enviado por WhatsApp para um amigo, que o repassou. “Foi uma fala completamente infeliz, eu estou completamente arrependido, não imaginava essa proporção que o vídeo ia tomar. Fiquei arrasado e arrependido pelo sofrimento que eu possa ter causado para todas essas pessoas”, disse à Folha.

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