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Eleições de 2026 dão fôlego ao projeto de anistia em tramitação no Congresso

Aceno a voto conservador e costura de alianças para a próxima corrida eleitoral ajudam a explicar alto número de assinaturas em favor da urgência do tema

Por Laryssa Borges Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 20 abr 2025, 18h18

Atores da cena política de Brasília estão convencidos de que pressões da base eleitoral e apelos de prefeitos alinhados à direita foram determinantes para que 262 deputados federais, cinco a mais do que o mínimo necessário, assinassem o requerimento de urgência do projeto que anistia envolvidos na invasão e depredação dos prédios do Supremo Tribunal Federal (STF), do Congresso e do Palácio do Planalto em 8 de janeiro de 2023. Para esses atores, o número de assinaturas – incluindo 83 de deputados de MDB, PSD e União Brasil, que detêm três ministérios cada um no governo Lula – reflete desde já a formação de alianças partidárias para a disputa do próximo ano. Essa tese encontra guarida no próprio STF.

Mesmo que seja incerto o destino de um eventual perdão amplo, geral e irrestrito, as assinaturas no requerimento funcionam desde já como mecanismo para cabalar o voto bolsonarista nas disputas eleitorais de 2026. Entre os 262 signatários, mais de 70% são de deputados das regiões Sul e Centro-Oeste, conhecidas pelo bom desempenho eleitoral de políticos alinhados a Bolsonaro nas últimas eleições. Em contraposição, entre congressistas da região Nordeste, tida como bastião do PT, o endosso à urgência da anistia beirou a casa dos 33%.

Conforme mostra a nova edição de VEJA , a posição errática do presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), que fizera acenos ao Judiciário contra a anistia, mas nos últimos dias disse que o tema estará sob consulta em reunião de líderes partidários, tem sido acompanhada de perto por integrantes do Supremo, que inevitavelmente vai ser chamado a arbitrar a legitimidade da concessão de clemência em discussão no Congresso. Ainda que grande parte dos condenados tidos como massa de manobra no 8 de janeiro potencialmente recebam benefícios como a prisão domiciliar ou o uso de tornozeleira, como aconteceu recentemente com a militante símbolo do bolsonarismo que ficou conhecida por pichar a estátua da justiça com um batom, o STF pretende rejeitar, em seus julgamentos, a possibilidade de anistia a condenados por crimes como golpe de Estado e tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito.

A ideia é que, mesmo que o Congresso avalize uma anistia ampla, geral e irrestrita que englobe o ex-presidente e antigos integrantes do governo, o Supremo declare a manobra inconstitucional por considerar, entre outras coisas, que o quebra-quebra se equipara a terrorismo, crime que, pela Constituição, não pode ser alvo de perdão. De forma complementar, os ministros cogitam ainda argumentar que uma anistia teria por objetivo desfazer condenações legítimas da Justiça brasileira, o que violaria a separação de poderes prevista na Constituição.

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