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Em baixa, Alvaro Dias critica pesquisas eleitorais e culpa ‘sistema’

Candidato do Podemos colocou parte da responsabilidade da crise no mercado financeiro evitou sinalizar qualquer apoio em eventual segundo turno

Por Leonardo Lellis Atualizado em 19 set 2018, 19h44 - Publicado em 19 set 2018, 12h51
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  • O senador Alvaro Dias, candidato do Podemos à Presidência da República, culpou o atual sistema político e o que considera ser uma contradição das pesquisas eleitorais para explicar seu baixo desempenho nas pesquisas de opinião, que não o colocam com 4% das intenções de voto. Terceiro entrevistado do Fórum Amarelas Ao Vivo, promovido por VEJA nesta quarta-feira, 19, com os candidatos à Presidência da República, Dias pregou a “refundação da República”.

    “Estamos participando da campanha mais injusta, desonesta e antidemocrática de todos os tempos em função de uma legislação que foi arquitetada no Congresso Nacional para limitar a renovação politica. Introduziu-se uma imoralidade que é o fundo eleitoral e fez-se uma distribuição ao sabor de conveniências”, disse Alvaro Dias ao colunista Augusto Nunes e Policarpo Junior, redator-chefe de VEJA em Brasília.

    O candidato também ressentiu-se dos efeitos das pesquisas eleitorais na campanha. “Decide-se quais são os favoritos antes de começar a campanha eleitoral. Mesmo que com base em pesquisas equivocadas, sem base real, parte-se de uma base irreal para definir o rumo da eleição. É um sistema operando nas sombras”, afirmou Alvaro Dias, que ainda vê uma contradição entre as pesquisas qualitativas, em que os eleitores manifestam preferência por um político honesto e com experiência, e as quantitativas, que colocam Jair Bolsonaro (PSL) e Fernando Haddad (PT) à frente. “É um fenômeno a ser decifrado. O que eu concluo é que é um desestímulo à boa pratica política”.

    Apesar disso, Dias afirmou que, se a campanha recomeçasse agora, não faria nada diferente. “O que eu não tive foi auditório para falar. Nós pensamos que as pessoas estão nos acompanhando, mas elas estão distantes, desinteressadas e revoltadas porque a política no Brasil apodreceu.” O candidato também vê o crescimento de seus adversários como uma “conspiração contra o bom senso e a lucidez” e coloca parte da culpa no sistema financeiro. “Sinto o peso de uma mão grande do sistema financeiro com o apoio do sistema politico que tem interesse na preservação da prática atual, do fisiologismo e do adesismo. O Brasil não sai desse buraco se esse sistema prevalecer.”

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    Ele voltou a dizer que, se eleito, convidará o juiz Sergio Moro para ser seu ministro da Justiça. “Perguntarei: Aceita o convite? Se aceitar, será ministro da Justiça. Se não aceitar, peço que ele me ajude a escolher alguém com seu perfil. Eu fiz isso como uma homenagem. Ele é um ícone da nova Justiça”, afirmou. O candidato também disse que pretende transformar a operação Lava Jato como uma política de Estado, fortalecendo o Ministério Público e a Polícia Federal. Ele ainda defendeu a redução da maioridade penal para 15 anos.

    O presidenciável também recusou assumir qualquer apoio em caso de segundo turno ou abrir mão de sua candidatura para evitar que Bolsonaro e Haddad avancem. “Não faria isso porque tenho esperança. Eu não seria um candidato honrando as pessoas que acreditam em mim. Eu seria um covardaço.” Ao comentar brevemente sobre seus adversários, evitou criticar apenas Ciro Gomes.”Está em sua terceira eleição e deveria me apoiar”, disse a respeito do candidato do PDT.

    Sobre Bolsonaro, Alvaro Dias desejou que se recupere “para curtir curtir a vida nas praias cariocas, mas governar o Brasil é para gente competente”. Haddad foi definido como “porta voz da tragédia” e a respeito de Geraldo Alckmin afirmou que o tucano representa a “manutenção do sistema”. O presidenciável disse ver Marina Silva “sem força e sem energia necessárias para o enfrentamento de um momento tao delicado”. Já Henrique Meirelles, segundo o candidato, “ficou devendo muito; teve nove anos e defendeu os interesses do sistema financeiro e deixou o país endividado”

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