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Em busca de provas, PF pede que depoimento de Lula seja adiado

Oficialmente, corporação alega necessidade de aperfeiçoar esquema de segurança, já que a expectativa é que Curitiba receba milhares de apoiadores do petista

Por Ullisses Campbell
Atualizado em 24 abr 2017, 20h45 - Publicado em 24 abr 2017, 18h32
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  • A Polícia Federal e a Secretaria de Segurança do Paraná pediram nesta segunda-feira à Justiça Federal que o depoimento do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva seja adiado. O tão esperado embate entre o petista e o juiz Sergio Moro está marcado para o dia 3 de maio, mas deverá ser reprogramado para outra data. Antes de formalizar a solicitação, um delegado do da PF entrou em contato com o magistrado para expor os motivos do adiamento.

    Extraoficialmente, ele argumentou que, com o depoimento do empresário Léo Pinheiro, da OAS, dado na sexta-feira passada, os investigadores precisariam de mais tempo para reunir provas consistentes que sustentem os crimes imputados pelo executivo ao petista. Entre as acusações constam que o tríplex do Guarujá é, de fato, de Lula e que a reforma do imóvel foi bancada com dinheiro desviado da Petrobras; que a OAS mantinha uma conta-propina de 15 milhões de reais à disposição do petista e que a empreiteira pagou mais de 1 milhão de dólares ao ex-presidente por palestras no exterior.

    Na avaliação da PF, as provas encontradas até agora, principalmente em relação ao tríplex, como comprovante de pedágios dando conta que dois carros em nome do Instituto Lula passaram pelo sistema automático de cobrança das barreiras a caminho do Guarujá entre 2011 e 2013, são fracas e serão facilmente derrubados pela defesa agressiva de Lula.

    No ofício enviado a Moro, assinado pelo superintendente da Polícia Federal do Paraná, Rosalvo Ferreira Franco, argumenta-se que a instituição precisa de mais tempo para “as tratativas com os órgãos de segurança e de inteligência” e para lidar com a multidão que vai desembarcar em Curitiba para dar apoio a Lula.

    Em outro documento, encaminhado a Moro pelo secretário de Segurança do Paraná, Wagner Mesquita de Oliveira, o secretário cita as comemorações do Dia do Trabalhador, marcadas com atos públicos para 1º de maio, e as notícias recorrentes dando conta da ação de movimentos populares de apoio ao petista. A expectativa é que caravanas com cerca de 80 000 pessoas desembarquem em Curitiba no dia em que Lula e Moro ficarão frente a frente.

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    O juiz federal ainda não assinou nenhum despacho confirmando o adiamento. Apesar de os argumentos da PF de que não houve tempo suficiente para fazer o planejamento, há quem sustente dentro da Justiça Federal que a data do depoimento do Lula está marcada desde o dia 3 de março, tempo suficiente para organizar a plano de segurança. Segundo uma fonte do Exército, já estava planejado até o deslocamento de tropas para a capital curitibana para dar suporte ao depoimento de Lula. O Detran do Paraná e a Polícia Militar também já tinham desenhado estratégias para desvio do trânsito nas redondezas do prédio da Justiça Federal.

    ‘Tranquilo’

    Lula disse que está “tranquilo” em relação ao seu depoimento a Moro. “Eu não marquei dia 3. Na hora em que for marcado meu depoimento, estarei em Curitiba ou onde quer que seja”, disse. Ele afirmou que vai usar o depoimento para defender sua inocência das acusações. “Faz três anos que estou ouvindo”, disse sobre as denúncias contra ele.

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