Em carta enviada de dentro da carceragem da Polícia Federal, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirma que “ficou feliz com a pesquisa” [provavelmente se referindo ao Datafolha, que indica que ele, mesmo preso, permanece na liderança das intenções de voto].
Na mensagem, direcionada à presidente nacional do PT, senadora Gleisi Hoffmann (PR), o petista acusa “insinuações” de que a Justiça estaria disposta a relaxar a sua situação processual se ele não for candidato à Presidência da República. “Tem insinuações que se eu não for candidato, se eu não tiver holofote, se eu não falar contra a condenação, será mais fácil a votação ao meu favor”, afirmou.
“Querida Gleisi, a Suprema Corte não tem que me absolver porque vou ser candidato ou porque vou ficar ‘bonzinho’. Ela tem que me absolver porque sou inocente”, prossegue, sem entrar em detalhes sobre as “insinuações”, como quem teria feito ou em que termos teriam chegado a ele.
A íntegra da carta não foi revelada até o momento, mas parte do trecho da leitura da mensagem à militantes do partido foi transmitida na página do ex-ministro da Saúde Alexandre Padilha (PT) no Facebook. No vídeo, de pouco mais de um minuto, aparecem também uma chancela para que Gleisi “fique totalmente a vontade” para tomar as decisões sobre as eleições de outubro. “2018 será muito importante para o PT, para a esquerda e para a democracia”, ressalta.
Lula também disse que precisa “discutir com os nossos para ver como fortalecer a ideia da prova”. Não fica claro também queriam “os nossos”. “Vou falar com os advogados para que eles falem com você. A luta continua, até a vitória final”, conclui.