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Em carta, futuro ministro defende ‘valores tradicionais’ na educação

Filósofo colombiano Ricardo Vélez Rodríguez defende alinhar gestão ao que entende como 'valores caros' à sociedade, classificada por ele como 'conservadora'

Por João Pedroso de Campos Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 23 nov 2018, 17h18 - Publicado em 23 nov 2018, 15h30
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  • Anunciado como futuro ministro da Educação pelo presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL), o filósofo colombiano Ricardo Vélez Rodríguez divulgou uma carta nesta sexta-feira, 23, em que fala sobre como pretende administrar a pasta a partir de janeiro.

    Nos sete parágrafos do texto, Vélez Rodríguez diz que alinhará a gestão da educação no país a “valores caros à sociedade brasileira”, classificada por ele como “conservadora e avessa a experiências que pretendem passar por cima de valores tradicionais ligados à preservação da família e da moral humanista”.

    “A instrumentalização ideológica da educação em aras de um socialismo vácuo terminou polarizando o debate ao longo dos últimos anos”, avalia o futuro ministro. “Não à discriminação de qualquer tipo. Não à instrumentalização da educação com finalidade político-partidária. Sim a uma educação que olha para as pessoas, preservando os seus valores e a sua liberdade”, complementa.

    Em outro ponto da carta, ele prega que a legislação e a gestão da pasta devem considerar “primordialmente a dignidade das pessoas envolvidas, tanto os alunos quanto suas famílias, tanto os professores quanto os administradores” e observa uma “desvalorização da figura dos professores, notadamente no ensino fundamental e médio”.

    No restante do texto, Ricardo Vélez Rodríguez diz ter apoiado Jair Bolsonaro em sua campanha à Presidência da República porque o pesselista “externou a opinião da grande maioria do povo brasileiro, explicitada no desejo de ver consolidada uma nova forma de fazer política, longe das velhas práticas clientelistas e da tradicional negociação de cargos por benefícios pessoais”.

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    A indicação do colombiano, que critica a “república dos favores” em sua missiva, deu-se após a bancada evangélica e líderes neopentecostais como Silas Malafaia, pastor da Assembleia de Deus, aliado de Bolsonaro, vetarem o nome do educador Mozart Neves Ramos para a pasta. Diretor do Instituto Ayrton Senna, Ramos havia sido escolhido pelo presidente eleito para o cargo, mas acabou preterido. A definição pelo colombiano também teve influência do filósofo conservador Olavo de Carvalho, conselheiro de Bolsonaro e seus filhos.

    Ricardo Vélez Rodríguez também mostrou-se alinhado ao discurso do presidente eleito de privilegiar os municípios na destinação de recursos públicos, sintetizado pelo slogan “Menos Brasília e mais Brasil”. O filósofo já havia defendido o protagonismo das cidades na gestão pública em um texto publicado em seu blog.

    “O sistema educacional deve olhar mais para as pessoas ali onde elas residem: nos municípios”, afirma

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