Em primeiro ato do segundo turno, Haddad visita Lula em Curitiba
Encontro deve definir quais as prioridades nesta etapa da campanha; setores do PT defendem que candidato se distancie do ex-presidente
Em seu primeiro ato de campanha no segundo turno, o candidato do PT Fernando Haddad visita nesta segunda-feira o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na sede da Polícia Federal, em Curitiba, onde o líder petista cumpre pena por sua condenação na Operação Lava Jato.
O presidenciável do partido, que substituiu Lula na disputa, recebeu 29,2% dos votos válidos nas eleições deste domingo e vai decidir a corrida pelo Palácio do Planalto com Jair Bolsonaro (PSL), que obteve 46% dos votos.
O encontro deve definir quais as prioridades de Haddad no segundo turno. O PT espera que Lula delibere sobre alianças e quais os rumos da campanha. Setores petistas já discutem se o candidato à Presidência deve assumir um caminho mais independente ao ex-presidente para tentar atrair eleitores ligados ao centro.
Um dos pontos que pode ser mudado no segundo turno é o programa de governo, feito sob medida para Lula. Já há grupos petistas quem defendem que ele modere em questões tributárias e reforma da Constituição, entre outros temas. Para petistas ligados ao candidato, Haddad vai ter de sair de “baixo das asas” do ex-presidente.
Em pronunciamento neste domingo, após a confirmação do resultado, Haddad agradeceu nominalmente o ex-presidente. “Eu queria antes de mais nada agradecer a presença de vocês, à minha família, ao meu partido e a sua maior liderança, o presidente Lula”, falou o presidenciável no início de seu discurso.
Haddad disse esperar um segundo turno “mais civilizado” e fez acenos a Ciro Gomes (PDT), Marina Silva (Rede) e Henrique Meirelles (MDB), seus ex-companheiros de Esplanada no governo do então presidente Lula. “Eu tenho o maior respeito pelos que concorreram no primeiro turno, sobretudo aqueles com quem eu trabalhei. Trabalhei com Marina, com Ciro, com o Meirelles no governo Lula. Tenho o maior respeito e admiração pelo trabalho que eles realizaram.”
“Queremos unir os democratas do Brasil, os que têm atenção aos mais pobres. Queremos um projeto amplo para o Brasil, mas que busque justiça social”, afirmou.
(Com Estadão Conteúdo)