Apesar de diferentes pesquisas de intenção de votos colocarem a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro como uma candidata altamente competitiva à Presidência da República em 2026, Jair Bolsonaro tem planos para lançar a esposa a uma vaga ao Senado pelo Distrito Federal, onde, segundo projeções internas do PL, ela não teria nenhuma dificuldade em abocanhar um dos dois postos a serem preenchidos. O xadrez eleitoral no DF ganha contornos um pouco menos claros quando são apresentados os pré-candidatos à segunda vaga.
A diferentes interlocutores, Bolsonaro afirma que a deputada federal e presidente do PL no DF, Bia Kicis, também deve se apresentar como candidata ao Senado, projeto político que a própria parlamentar não esconde de ninguém. Se viabilizado, o lançamento do nome de Kicis também teria o selo de patrocínio do ex-presidente, que chancelaria uma dupla candidatura feminina que ele considera de forte apelo eleitoral.
Se vitoriosa, a dobradinha teria companhia da ex-ministra dos Direitos Humanos Damares Alves, atual senadora pelo Distrito Federal e que já foi ventilada como virtual candidata ao governo, e aniquilaria por pelo menos quatro anos – até a eleição de 2030, quando uma nova vaga ao Senado estará aberta – qualquer sombra não-bolsonarista na representação do DF. “Bia Kicis só não vai [se lançar ao Senado] se não quiser”, disse o capitão recentemente.
A costura para o lançamento da candidatura da dupla apoiada por Bolsonaro esbarra nos planos do governador Ibaneis Rocha (MDB), que, no segundo mandato à frente do Palácio do Buriti, também deve se lançar ao Senado. O político, que chegou a ser afastado temporariamente do cargo pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes na esteira dos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023, é bem avaliado, segundo as mais recentes pesquisas de opinião pública, e também é aliado do ex-presidente, de quem espera que, agora, lhe seja retribuído o apoio empenhado no segundo turno de 2022.
No mês passado, Ibaneis anunciou publicamente a intenção de se lançar a senador. Com o endosso do MDB local, sua candidatura coloca três nomes competitivos do espectro de direita diante do colégio eleitoral, que, na última disputa presidencial, deu vitória a Jair Bolsonaro no primeiro e no segundo turnos.