Black Friday: Assine a partir de 1,49/semana

“Entrou no terreno do desrespeito”, disse Teich sobre atitude de Bolsonaro

A gota d'água: presidente discutiu desempenho do ministro na porta do Palácio e deixou claro que não precisava ouvir área da Saúde

Por Roberta Paduan Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 15 Maio 2020, 14h32 - Publicado em 15 Maio 2020, 14h24

Nelson Teich, passou a considerar seriamente o desembarque do governo na terça-feira 12. “Entrou no campo do desrespeito”, desabafou o agora ex-ministro a um médico carioca de quem é colega há mais de duas décadas, referindo-se à sua relação com Jair Bolsonaro. “A ficha caiu. Ele entendeu que o presidente acha que pode mandar em questões altamente sérias e complexas mesmo sem entender nada sobre o assunto. Continuar no governo seria suicídio da reputação dele. E, se ele entrou no governo por ambições políticas, que foi o caso, acabaria enterrando  a carreira antes mesmo de começá-la”, completou o mesmo médico a VEJA, sob condição de anonimato.

Teich ficou perplexo com a postura do presidente, que deixou claro que não precisa ouvir a posição do ministro da Saúde no meio de uma crise sanitária. Um dia antes, o presidente havia assinado o decreto que permite a abertura de academias de ginástica, salões de beleza e barbearias em todo país, sem consultar nem informar previamente o ministro.

Segundo o amigo, Teich relevou o episódio, considerando que a medida fosse apenas uma iniciativa política, ainda que atabalhoada, de Bolsonaro agradar seus apoiadores, que pedem o fim do isolamento. O ministro ainda entendeu que o decreto não surtiria grandes efeitos, já que prefeitos e governadores barrariam a abertura dos estabelecimentos na maior parte do país.

A atitude mais desrespeitosa, porém, ocorreu na noite de terça-feira, 12, quando o presidente discutiu o desempenho de Teich com um apoiador na porta do Palácio da Alvorada. Descontente com a postura do ministro, o homem instou Bolsonaro a avaliar o titular da Saúde. Perguntou o que o presidente estava achando do ministro e completou, “e essas declarações dele sobre lockdown”, referindo-se à afirmação de Teich, que admitiu que, a depender da situação da epidemia, o bloqueio total não pode ser descartado.

Continua após a publicidade

ASSINE VEJA

Covid-19: Amarga realidade
Covid-19: Amarga realidade As cenas de terror nos hospitais públicos brasileiros e as saídas possíveis para mitigar a crise. Leia nesta edição. ()
Clique e Assine

Bolsonaro respondeu que ainda “não podia cobrar muito dele”, deixando subentendido que não estava satisfeito com o ministro: “Ainda é cedo. Se coloque no lugar dele. Pegou uma situação complicada. O ministério da Saúde, em si, já é um problema, tendo em vista vícios que tínhamos aí. Ainda pega com a crise da pandemia. Não é fácil. Não posso cobrar dele muita coisa”.

Em seguida, ao ser lembrado por um jornalista que Teich só soube pela imprensa do decreto das academias, salões de beleza e barbearias, o presidente deixou claro que não considera importante ouvir a área da saúde. “Eu baixo o decreto”, disse Bolsonaro, gesticulando como quem assina um papel. E continuou: “O major Jorge (Jorge Oliveira, ministro da Secretaria Geral da Presidência) já se penitenciou. Faltou ele fazer o contato com o ministro. Não é porque faltou um contato que a gente vai desclassificar o decreto. Quantas vezes você chega em casa com um colega para o almoço e não avisa a esposa? Vai acabar o casamento por causa disso?”, finalizou o presidente.

 

Publicidade

Imagem do bloco

4 Colunas 2 Conteúdo para assinantes

Vejinhas Conteúdo para assinantes

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Black Friday

A melhor notícia da Black Friday

BLACK
FRIDAY

MELHOR
OFERTA

Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de 5,99/mês*

ou
BLACK
FRIDAY
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (menos de R$10 por revista)

a partir de 39,96/mês

ou

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.