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Esquema de pastor Everaldo reservava 20% da propina para Witzel, diz MP

Delação de ex-secretário da saúde indica organização meticulosa da quadrilha, que contava com sistema sofisticado de pagamentos

Por Ricardo Ferraz, Sofia Cerqueira, Cássio Bruno, Jana Sampaio e Marina Lang
Atualizado em 28 ago 2020, 16h17 - Publicado em 28 ago 2020, 15h36
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  • Pastor Everaldo, candidato à presidência pelo PSC, durante entrevista ao Jornal Nacional da Globo
    Pastor Everaldo, candidato à presidência pelo PSC, durante entrevista ao Jornal Nacional da Globo (VEJA.com/TV Globo)

    O esquema de corrupção que, de acordo com o Ministério Público Federal, era comandado por Pastor Everaldo, presidente do Partido Social Cristão (PSC), impressiona pela capacidade de atuar dentro do governo e pelo sofisticado sistema de organização arquitetado para fazer os pagamentos de propinas e vantagens indevidas. A tarefa, coube a um personagem apontado como o operador de Everaldo: Victor Hugo Amaral Cavalcanti Barroso. Segundo a denúncia, era Victor Hugo o responsável por fazer visita às empresas e acertar repasses constantes aos envolvidos.

    As informações foram obtidas na delação premiada do ex-secretário de Saúde, Edmar Santos. Em seu depoimento, Edmar conta que Victor Hugo atuava na CEDAE, empresa de abastecimento e saneamento básico, e na área da saúde e que mantinha um sofisticado sistema paralelo de pagamentos. O balancete da propina, tinha colunas de receitas e despesas e percentuais estabelecidos para cada integrante da organização.

    O dinheiro era dividido da seguinte forma: 30% para Edmar; 20% para o governador Wilson Witzel; 20% para Pastor Everaldo; 15% e 15% para o próprio Victor Hugo.

    O grupo se comunicava utilizando o aplicativo de troca de mensagens Wickr e cada um tinha um apelido diferente. Edmar era o FOCA1234 e VICTOR tinha dois codinomes: MAIO2019 e ABRIL2020.

    Em sua delação, Edmar conta que as propinas eram pagas de três diferentes formas:

    Cartão de Crédito em nomes de laranjas

    Em uma das reuniões, Edmar se queixou a Victor Hugo que não estava conseguindo obter o dinheiro da propina e ouviu como resposta que havia dificuldade em operar em dinheiro vivo, mas que havia a possibilidade de se obter um cartão de crédito em nome de terceiros. Foi assim que Edmar recebeu um cartão de numeração final 1363 e passou a gastar entre cinco e seis mil reais todo mês.

    Viagens

    Em julho de 2019, Edmar Santos fez uma viagem pessoal para local não especificado e teve as despesas pagas pelo esquema. Todos os trâmites –  compra de passagens, reservas de hotéis, entre outros – foram realizados pela RJ Tur, uma agência de viagem de um primo de Victor Hugo. O ex-secretário também recebeu 10.000 libras em espécie para gastar durante o período em que ia ficar no exterior.

    Recebimento em dinheiro vivo

    Em outubro de 2019, Victor Hugo informa o grupo que consegue viabilizar o pagamento de propina em espécie. Os pagamentos passam a ser feitos com a ajuda de emissários. . Assim, Edmar recebe 175 mil dólares em espécie, convertidos em Euros e depositados em um cofre num banco de Portugal.

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    Outro Lado

    O advogado de defesa do governador Wilson Witzel, Roberto Podval diz que “o Ministro Benedito desrespeita democracia, afasta governador sem sequer ouvi-lo e veda acesso aos autos para defesa. Não se esperava tais atitudes de um Ministro do STJ em plena democracia”.

    A assessoria de comunicação do de Pastor Everaldo afirmou que ele “sempre esteve à disposição de todas as autoridades e reitera sua confiança na Justiça”.

    A reportagem de VEJA ainda tenta contato com advogados e assessores de todos os citados e atualizará o texto assim que obtiver respostas.

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