O ex-presidente da Caixa Econômica Federal Jorge Hereda disse nesta quarta-feira, em depoimento por videoconferência à 10ª Vara da Justiça Federal, em Brasília, que foi pressionado pelo ex-deputado federal Eduardo Cunha (PMDB-RJ) por não acelerar investimentos do banco em determinadas empresas.
Hereda disse que, em reunião com Cunha na Câmara, em 2014, o então deputado avisou que o convocaria a depor na CPI da Petrobras se projetos de seu interesse não recebessem financiamento com celeridade, antes dos referentes à estatal. “O senhor Eduardo Cunha reclamava do andamento dos projetos, mas que a gente andava muito rápido com a Petrobras, e disse que, se a gente aprovasse os da Petrobras antes dos outros, ele iria me convocar para a CPI da Petrobras. Eu disse que não era presidente da Petrobras, era presidente da Caixa”, declarou.
Hereda depôs como testemunha em ação penal que apura um suposto esquema de cobrança de propina de empresas em troca da liberação de aportes do banco. Estão entre os réus Cunha e o ex-deputado federal Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN). Ambos presidiram a Câmara dos Deputados e estão presos atualmente.
Hereda não especificou em nome de quais empresas Cunha teria falado. Ele declarou que o convite para se reunir com o ex-deputado partiu de Alves, que também estava presente à reunião. Hereda disse que a convocação à CPI não ocorreu, mas que foram feitos requerimentos. “Não fui, mas, se o senhor procurar lá, pode ser que encontre os pedidos de convocação.”
(Com Estadão Conteúdo)