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Ex-senador do MDB é condenado no mensalão mineiro

Candidato a vice-governador na chapa de Eduardo Azeredo em 1998, Clésio Andrade foi sentenciado a cinco anos e sete meses de prisão em regime semiaberto

Por Estadão Conteúdo Atualizado em 4 jun 2024, 17h20 - Publicado em 15 Maio 2018, 09h40
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  • A juíza Lucimeire Rocha, da 9ª Vara Criminal de Belo Horizonte, condenou o ex-senador Clésio Andrade (MDB-MG) a cinco anos e sete meses de prisão no mensalão mineiro. A magistrada fixou o cumprimento da pena em regime inicial semiaberto pelo crime de lavagem de dinheiro.

    Ela ainda absolveu o político do crime de peculato. Atualmente, Clésio é presidente da Confederação Nacional do Transporte (CNT).

    O mensalão mineiro, conforme denúncia do Ministério Público Federal (MPF), é como ficou conhecido o desvio de recursos de estatais como a Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa) e o extinto Banco do Estado de Minas Gerais (Bemge) para a campanha do então governador Eduardo Azeredo (PSDB) à reeleição, em 1998.

    Os desvios em benefício de Azeredo chegam a 3 milhões de reais, de acordo com a acusação. O esquema – que, segundo a Procuradoria, teve a participação de Clésio –, utilizava as agências de publicidade de Marcos Valério, que já cumpre pena por envolvimento no mensalão federal.

    A juíza rejeitou a tese de que os valores atribuídos a Clésio constituíam somente caixa dois de campanha. “Primeiro, que não se tratou de ‘simples depósito’. Conforme consta dos laudos periciais, o recurso percorreu diversos caminhos, com depósitos e saques em várias contas, e depois novos depósitos, até ser utilizado na campanha, em operações extremamente complexas”, afirmou Lucimeire.

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    Vinte anos depois

    O ex-senador é o terceiro alvo do mensalão mineiro condenado. Em 2015, Azeredo foi condenado na primeira instância a vinte anos e dez meses de prisão, acusado de peculato e lavagem de dinheiro. No ano passado, o ex-governador teve a condenação confirmada na segunda instância, com redução de nove meses em sua pena.

    Em abril deste ano, por 3 a 2, desembargadores da 5ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de Minas Gerais negaram embargos infringentes – um dos últimos recursos possíveis – apresentados pela defesa. O ex-governador pode ser, vinte anos depois, o primeiro preso do mensalão mineiro.

    Também em abril, o jornalista Eduardo Guedes foi sentenciado em primeira instância a dezessete anos e cinco meses de prisão pela Justiça de Minas Gerais. Guedes foi secretário adjunto de comunicação durante o governo Eduardo Azeredo.

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    Trajetória

    Na época dos fatos, Clésio era filiado ao PFL (atual DEM) e candidato a vice-governador na chapa encabeçada por Azeredo. A chapa foi derrotada no segundo turno pelo ex-presidente Itamar Franco, que se elegeu governador pelo PMDB.

    Ele disputou o mesmo cargo quatro anos depois, dessa vez ao lado de Aécio Neves (PSDB). Em 2006, não disputou a reeleição como vice e se elegeu primeiro suplente na chapa do senador Eliseu Resende (DEM). Ele assumiu o cargo em janeiro de 2011, após o falecimento de Resende.

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