O ex-deputado Paulo Ferreira foi tesoureiro do PT até ser preso em 2016, acusado de envolvimento em esquemas de corrupção pela Operação Lava-Jato. Ao contrário de seus antecessores — Delúbio Soares e João Vaccari, que foram condenados, continuam militando no partido e tentam reescrever o passado com histórias mirabolantes –, ele está preocupado apenas com o próprio futuro.
“Esse caso foi um divisor de águas na minha vida”, diz o ex-tesoureiro, se referindo à Lava-Jato. Em 2020, Ferreira disputou e perdeu a eleição para vereador em Porto Alegre, não recebeu convite do partido para assumir cargo público no novo governo Lula e decidiu mudar de vida.
Ele abandonou a política e agora vai se dedicar exclusivamente aos negócios — legítimos. “Resolvi empreender”, diz o ex-tesoureiro, que abriu uma loja virtual que vende pets e ingressou como sócio de uma empresa que busca clientes de maquininhas de pagamento instantâneo. A vida no setor privado, porém, é bem mais difícil. “Até agora só tive muito trabalho. Nada de lucro. Na verdade, eu tô bem f.”, reclama.