Fortaleça o jornalismo: Assine a partir de R$5,99
Continua após publicidade

Wajngarten confirma que Pfizer enviou carta oferecendo vacinas ao Brasil

O ex-chefe da Secom foi questionado sobre afirmações dadas em entrevista a VEJA e confirmou o envio do documento oferecendo vacinas ao governo Bolsonaro

Por Da Redação
Atualizado em 12 Maio 2021, 17h28 - Publicado em 12 Maio 2021, 07h18

A CPI da Pandemia ouviu nesta quarta-feira, 12, o ex-secretário de Comunicação Social da Presidência Fabio Wajngarten. Ele falou sobre o atraso na compra de vacinas contra a Covid-19 pelo Ministério da Saúde e as campanhas do governo federal em temas como isolamento social e “tratamento precoce”. Além disso, foi questionado sobre afirmações dadas em entrevista a VEJA e mentiu sobre trechos da entrevista (ouça o áudio).

Após tergiversar, Wajgnarten confirmou a existência de uma carta da Pfizer enviada ao governo Bolsonaro em 12 de setembro com o objetivo de negociar a compra de vacinas. Segundo ele, em novembro, mandou um e-mail à farmacêutica e posteriormente a isso, em 17 de novembro, se encontrou com o CEO da Pfizer Carlos Murillo, em seu gabinete.

À comissão, o ex-secretário negou a existência de um ‘aconselhamento paralelo’ a Bolsonaro para tratar do combate à pandemia, fato denunciado pelo ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta e o presidente da Anvisa, Antonio Barra Torres. “Nunca participei, não confirmo e desconheço qualquer coisa nesse sentido”, afirmou.

Em certo momento, o depoimento foi suspenso pelo presidente da CPI, Omar Aziz (PSD-AM). Isso porque Wajngarten negou ter chamado o ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello de “incompetente”. “O senhor só está aqui por causa da entrevista [a VEJA].  Se não fosse isso, ninguém lembraria que você existia, não tem outra razão para estar aqui. É baseado no que você falou“, disse Aziz. “Por favor, não menospreze a nossa inteligência, ninguém é imbecil aqui”, acrescentou. O relator Renan Calheiros (MDB-AL) lembrou que, como testemunha, o ex-chefe da Secom não deveria mentir em seu depoimento. Áudio de VEJA mostra que Wajngarten definiu, sim, como “incompetente” a atuação do Ministério da Saúde nas negociações com a Pfizer.

A VEJA, Wajgnarten apontou “ineficiência” na compra de vacinas por parte da gestão do ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello. Por este motivo, disse o ex-secretário, foi autorizado pelo presidente Bolsonaro a intermediar as negociações com a farmacêutica Pfizer para aquisição de 70 milhões de doses do fármaco. Ele chegou a se reunir com diretores da empresa, discutiu cláusulas, mas o acordo não prosperou.

Continua após a publicidade

A convocação de Wajngarten atendeu a requerimentos dos senadores Randolfe Rodrigues (Rede-AP), vice-presidente da comissão, e Alessandro Vieira (Cidadania-SE). Randolfe lembra que, na entrevista a VEJA, o ex-secretário de Comunicação disse que o Ministério da Saúde teria sido o responsável “pelo atraso das vacinas”. “[Wajngarten] informa possuir e-mails, registros telefônicos, cópias de minutas do contrato, dentre outras provas para confirmar sua afirmação”, justifica.

Para Alessandro Vieira, o depoimento pode esclarecer “todas as questões de publicidade e comunicação oficial do governo” durante a pandemia. O parlamentar pretende explorar temas como “isolamento social, vacinação e emprego de medicamentos sem eficácia comprovada”.

Na terça-feira 11, o presidente da Anvisa, Antonio Barra Torres abriu a semana de depoimentos na comissão. Ele falou sobre o processo de liberação de vacinas contra a Covid-19 e também sobre a tentativa do presidente Jair Bolsonaro de mudar a bula da cloroquina, remédio comprovadamente ineficaz contra a doença. Nesta quinta-feira, a CPI irá ouvir o gerente-geral da Pfizer na América Latina, Carlos Murillo. Os ex-ministros da Saúde Luiz Henrique Mandetta e Nelson Teich e o atual chefe da pasta, Marcelo Queiroga, já falaram na comissão. Na próxima semana, outros membros e ex-membros do governo Bolsonaro devem ser ouvidos.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de 5,99/mês*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (equivalente a 9,98 por revista)

a partir de 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.