O Facebook e o Twitter disseram ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que as contas oficiais do presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL), nessas duas plataformas não contrataram impulsionamento de conteúdo durante a campanha. As manifestações das empresas foram encaminhadas ao TSE no âmbito da prestação de contas das companhias, que será analisada pelo tribunal. Já o Google informou que a campanha de Bolsonaro gastou 1.000 reais para impulsionar conteúdo na plataforma de buscas.
Em nota, o WhatsApp afirmou que “opera um aplicativo de envio de mensagens privadas e, portanto, não ‘impulsiona conteúdo na rede mundial de computadores’ em favor de qualquer partido político. Logo, o WhatsApp não foi contratado pela campanha do presidente eleito”. Também disse que, por essa razão, não possui as informações requisitadas pelo TSE.
As manifestações das empresas foram encaminhadas após o relator da prestação de contas, ministro Luís Roberto Barroso, atender a um pedido de área técnica do TSE e determinar que as principais plataformas apresentassem informações sobre a contratação ou não desse tipo de serviço.
Nas informações prestadas ao TSE, o Twitter ressaltou que as políticas de anúncios da empresa “não permitem a contratação de impulsionamento de propaganda eleitoral para as campanhas direcionadas ao Brasil”. O Facebook acrescentou que o serviço também não foi contratado para o Instagram, controlado pelo gigante das redes sociais.
No mês passado, o corregedor-nacional da Justiça Eleitoral, ministro Jorge Mussi, decidiu abrir uma ação de investigação no TSE pedida pelo Partido dos Trabalhadores (PT) para que sejam investigadas as acusações de que empresas compraram pacotes de disparos em larga escala de mensagens pelo WhatsApp contra a legenda e a campanha de Fernando Haddad (PT) à Presidência da República.
O processo foi aberto após o jornal Folha de S. Paulo publicar que empresários bolsonaristas pagaram para disseminar notícias falsas contra o PT e Haddad por meio do WhatsApp.
A legislação eleitoral permite a contratação desse tipo de serviço. O impulsionamento de conteúdo é considerado gasto eleitoral e deve ser devidamente identificado na internet, exclusivamente contratado por partidos políticos, coligações ou candidatos — a prática é vedada a empresas.
(com Estadão Conteúdo)