Black Friday: Assine a partir de 1,49/semana
Continua após publicidade

Fachin critica frente ampla anti-democracia e pró-impunidade na Lava-Jato

Ministro disse a VEJA que momento é de "resiliência e resistência" diante das contestações à operação

Por Laryssa Borges Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 25 mar 2021, 22h18 - Publicado em 20 fev 2021, 12h29
  • Seguir materia Seguindo materia
  • Relator da Lava-Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), o ministro Edson Fachin tornou-se nas últimas semanas um dos mais magistrados mais vocais da Corte. Responsável pelos inquéritos e ações penais da maior operação de combate à corrupção da história do país, ele se insurgiu contra declarações do ex-comandante do Exército, general Eduardo Villas Boas, que em 2018 fez pressão contra o tribunal às vésperas do julgamento de um habeas corpus que poderia deixar o ex-presidente Lula em liberdade, e foi, no início do mês, o único voto contrário ao direito de o petista ter acesso a mensagens de procuradores da Lava-Jato e do ex-juiz Sergio Moro obtidas a partir da invasão de hackers.

    Em meio à análise das 29 denúncias relacionadas ao esquema de desvio de dinheiro na Petrobras e aos mais de 220 mandados de busca e apreensão contra investigados da Lava-Jato armazenados em seu gabinete, Fachin tem presenciado movimentos que podem a levar à anulação de uma série processos contra condenados no petrolão. A senha para uma possível anistia geral de políticos e empresários sentenciados por Moro é utilizar o julgamento do pedido de suspeição do ex-juiz, que deverá ocorrer em breve, para questionar todas as demais decisões que Sergio Moro tomou na Lava-Jato.

    “O momento é de resiliência e resistência. O combate à corrupção e aos delitos penais econômicos não pode parar ou ceder quando aproximado dos porões onde se encontram escondidos sujeitos que, nas palavras do Secretário-geral da ONU, António Guterres, ameaçam o bem-estar de nossa sociedade, o futuro de nossos filhos e a saúde do nosso planeta”, disse o ministro a VEJA. “A corrupção priva as pessoas de prestações em favor de suas básicas necessidades, uma vez que os recursos a elas destinados são desviados”.

    Para ele, a resposta do Estado hoje no combate a desvios de dinheiro público tem importantes desdobramentos no futuro e, por isso, “combater a corrupção, com respeito aos direitos e garantias constitucionais, é proteger a democracia de hoje e de sempre”.

    “O contexto é preocupante: forma-se uma frente ampla contra a democracia e a favor da não apuração nem punição a quem se imputa, no devido processo, a prática de delitos como corrupção, lavagem de direito e organização criminosa”, completou o ministro. As preocupações do magistrado refletem a iminência do julgamento em que o ex-presidente Lula questiona a suposta parcialidade de Moro ao condená-lo no processo em que é acusado de ter recebido um apartamento tríplex em Guarujá como propina. Mas tem como pano de fundo também a proximidade das eleições presidenciais de 2022. Caberá a Fachin preparar o pleito como futuro presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) antes de o também ministro do STF Alexandre de Moraes assumir a Corte poucos meses antes das eleições.

    Continua após a publicidade

    “É imprescindível garantir o respeito à Constituição e especialmente, diante do processo eleitoral que se avizinha, a soberania do voto popular. Minha maior preocupação são as eleições de 2022 e a preservação do sistema eleitoral brasileiro. É imprescindível ser democrata e, dentro da ordem democrática, apurar e punir a corrupção”, afirmou. Na avaliação do ministro, o enfrentamento à corrupção deve ser “democrático e efetivo”, não sendo cabível adotar “atalhos, atitudes heterodoxas ou seletividades”.

    Ao lado de Cármen Lúcia, Edson Fachin votou contra a suspeição do ex-juiz Sergio Moro, mas o julgamento foi interrompido por um pedido de vista do ministro Gilmar Mendes. Cabe a Mendes decidir quando o recurso voltará a ser analisado. Também faltam votar no caso os ministros Ricardo Lewandowski e Nunes Marques, este último novato na Corte e indicado pelo presidente Jair Bolsonaro. Sem nominar nenhum condenado em especial, Edson Fachin não tem dúvidas: “a Lava-Jato padece mais por seus resultados do que pelos seus erros”.

    Publicidade

    Publicidade

    Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

    Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

    Black Friday

    A melhor notícia da Black Friday

    BLACK
    FRIDAY

    MELHOR
    OFERTA

    Digital Completo

    Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de 5,99/mês*

    ou
    BLACK
    FRIDAY
    Impressa + Digital
    Impressa + Digital

    Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (menos de R$10 por revista)

    a partir de 39,96/mês

    ou

    *Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
    *Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

    PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
    Fechar

    Não vá embora sem ler essa matéria!
    Assista um anúncio e leia grátis
    CLIQUE AQUI.