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Filhos de Romero Jucá são alvos de operação da PF

Policiais fazem operação contra desvios de 32 milhões de reais em um empreendimento do programa Minha Casa, Minha Vida em Boa Vista

Por Da Redação
Atualizado em 28 set 2017, 11h11 - Publicado em 28 set 2017, 09h24

A Polícia Federal realiza, na manhã desta quinta-feira, a operação Anel de Giges, que combate os desvios em um projeto do programa Minha Casa, Minha Vida na cidade de Boa Vista, capital de Roraima. A PF cumpre 17 mandados judiciais, sendo nove mandados de busca e apreensão e oito de condução coercitiva. Segundo o jornal O Estado de S.Paulo, entre os alvos, parentes e enteados do senador Romero Jucá (PMDB-RR), líder do governo no Senado Federal.

Na lista dos mandados de condução coercitiva e de busca estariam Rodrigo e Marina Jucá, filhos do senador, Luciana e Ana Paula Surita Macedo, filhos da prefeita de Boa Vista Teresa Surita (PMDB), ex-mulher de Jucá. De acordo com o Estadão, a casa de Ana Paula alvo de um mandado de busca e apreensão é, também, o domicílio onde vive a prefeita, enquanto a irmã e Marina Jucá vivem em Brasília. Rodrigo Jucá, que não foi encontrado em casa, já foi deputado estadual e, em 2014, candidato a vice-governador de Roraima.

Hamilton José Pereira, Elmo Teodoro Ribeiro e Francisco José de Moura Filho, investigados ligados à CMT Engenharia também foram alvos da operação. Na chegada ao Senado nesta quinta-feira, Romero Jucá falou brevemente a jornalistas e disse que “ninguém vai me intimidar”. Questionado se vê alguma relação com a articulação, da qual participa, para reverter o afastamento do senador Aécio Neves (PSDB-MG), Jucá foi lacônico: “deduzam”.

Segundo as investigações, eles estariam envolvidos com um desvio de 32 milhões de reais dos cofres públicos, feito na forma de um pagamento superfaturado sobre o terreno conhecido como “Fazenda Recreio” e sob o qual foi construído o empreendimento Vila Jardim, do programa federal. As suspeitas também envolvem a fiscalização e aprovação da compra pela Caixa Econômica Federal.

Os citados que estão sendo conduzidos para prestar depoimento serão interrogados e indiciados pelos crimes de peculato, lavagem de dinheiro e formação de organização criminosa. Em nota, a Polícia Federal afirma que “as investigações continuam, com análise do material apreendido e apuração do envolvimento de outros integrantes nas práticas criminosas”.

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O texto também informa que a operação foi batizada por inspiração do livro A República, do filósofo Platão. Na obra, Platão fala sobre o anel de giges, um instrumento que permitiria ao seu portador “que fique invisível e cometa atos ilícitos sem consequências”, escreve a PF.

(Com Estadão Conteúdo)

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