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Fim do foro: Parlamentares se dividem entre ‘câmara de gás’ do STF e ‘juizinhos’ regionais

Proposta que tira julgamentos da Suprema Corte une deputados da oposição e do Centrão, que trabalham para encontrar um texto de consenso

Por Marcela Mattos Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 18 ago 2025, 12h17

O julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro e as dezenas de inquéritos sobre desvios de emendas uniu parlamentares de diversos matizes em torno da proposta que acaba com o foro privilegiado, prerrogativa que garante aos políticos um julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF), a última instância da Justiça.

A defesa da mudança é vocalizada principalmente por aliados bolsonaristas, que se dizem perseguidos pela Polícia Federal e pela Suprema Corte e trabalham tanto para sair da arena dos ministros quanto para emplacar uma anistia aos condenados e presos pelos ataques do 8 de janeiro.

Nos bastidores, no entanto, deputados do Centrão endossam a causa e tentam, ao lado da oposição, encontrar um texto de consenso sobre o fim do foro privilegiado. Alguns pontos são colocados na balança. Uma figura influente de um partido de centro afirmou que não há uma uniformidade nem dentro do STF e que, em algumas condições, é melhor ser julgado pela Corte.

Conforme descreveu, há uma linha mais garantista entre os ministros que integram a Segunda Turma, formada, por exemplo, por Gilmar Mendes, Kássio Nunes Marques e Dias Toffoli. O problema é quando a ação cai na Primeira Turma, chamada jocosamente de “câmara de gás”, em referência ao pulso firme dos ministros Alexandre de Moraes e Flávio Dino, alvos preferenciais das críticas.

Na última terça-feira, 12, VEJA acompanhou o debate sobre o assunto dentro do gabinete de uma das principais lideranças do Centrão. Espalhados em um sofá, deputados calculavam os efeitos do fim do foro e ressaltavam o receio de que, ao serem julgados em primeira instância, sejam alvos de “inimigos” locais ou de “juizinhos” que poderiam ter ainda mais sede em investigações contra eles.

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Como alternativa, uma das possibilidades aventadas é que os inquéritos, ao invés de no Supremo, tenham início nos tribunais regionais federais, com possibilidade de recursos até a última instância.

Autorização prévia

Outra carta na mesa visa retomar ao formato da Constituição de 1988, que mantinha o foro no STF, mas condicionava a abertura de investigações a uma autorização prévia da Câmara e do Senado – o que, como resultado, praticamente impedia todas as apurações.

Um dos casos mais emblemáticos desse corporativismo explícito aconteceu em 1999, quando Hildebrando Pascoal, apelidado de Deputado da Motosserra após ser apontado como o mandante de um homicídio, foi poupado de investigação na Corte e posteriormente cassado, o que levou seu caso à primeira instância. Depois disso, o Congresso aprovou novas regras para o foro privilegiado, retirando a necessidade do aval prévio para a instauração de inquéritos.

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Impunidade x prerrogativas

Criticados pelo casuísmo em torno das mudanças, vistas como um passaporte para a impunidade, congressistas moldaram a proposta, chamando-a convenientemente de “PEC das Prerrogativas”, sob a ótica de que eles estão apenas defendendo a sua imunidade parlamentar.

“Se a Câmara estiver preocupada com crítica, ninguém sai de casa. Agora, estarão criticando a Constituição originária, e está comprovado que ela se organizou justamente para não deixar o Legislativo de joelhos para o Judiciário. Na hora que tirou essa proteção, ficamos de joelhos”, afirma um dos principais defensores da mudança.

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