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Flávio Bolsonaro reage às declarações de Marinho: “Desesperado, sem votos”

Empresário afirmou que filho do presidente foi alertado sobre investigação da Polícia Federal que teve Queiroz como alvo; operação também teria sido adiada

Por Roberta Paduan Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 17 Maio 2020, 13h13 - Publicado em 17 Maio 2020, 13h07

O senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) reagiu, por meio de nota, às declarações de seu suplente, o empresário Paulo Marinho, que fez acusações para lá de comprometedoras em entrevista publicada neste domingo pela colunista Mônica Bergamo, da Folha de S.Paulo.  

“O desespero de Paulo Marinho causa um pouco de pena. Preferiu virar as costas a quem lhe estendeu a mão. Trocou a família Bolsonaro por Doria e Witzel, parece ter sido tomado pela ambição. É fácil entender esse tipo de ataque ao lembrar que ele, Paulo Marinho, tem interesse em me prejudicar, já que seria meu substituto no Senado. Ele sabe que jamais teria condições de ganhar nas urnas e tenta no tapetão”, afirmou o senador em nota.

Marinho, que foi um dos colaboradores-chave da campanha de Jair Bolsonaro, afirmou que Flávio, o filho Zero Um do presidente, teria sido alertado com antecedência de que Fabrício Queiroz, um de seus assessores, seria alvo da operação Furna da Onça, conduzida pela Superintendência da Polícia Federal no Rio de Janeiro. A investigação apurava um esquema de distribuição de propinas na Assembleia Legislativa fluminense, onde Flávio exercia mandato de deputado estadual, antes de se eleger ao Senado, em 2018.

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Flávio teria sido avisado sobre a operação por um delegado da PF. Segundo Marinho, uma semana antes do primeiro turno, o ex-coronel Miguel Braga, atual chefe de gabinete de Flávio no Senado, recebeu um telefonema de um delegado da PF no Rio dizendo que tinha um assunto do interesse do senador eleito e que por isso queria encontrá-lo. Flávio preferiu mandar Braga ao encontro do delegado.

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Braga teria se encontrado com o tal delegado na companhia de um advogado e de Val Meliga, pessoa da confiança de Flávio e irmã de dois milicianos, na Praça Mauá, onde funciona a Superintendência da PF no Rio.

Além de alertar que Queiroz era investigado, o delegado teria feito algo ainda mais grave: afirmado que seguraria a operação — que deveria ser deflagrada antes do segundo turno — para não prejudicar o resultado da eleição. Faria isso por ser simpatizante e eleitor de Jair Bolsonaro.

Segundo Marinho, Braga avisou a Flávio, que avisou ao pai, que ordenou que o filho demitisse Queiroz e sua filha (Nathália), que também trabalhava no gabinete do então deputado estadual. De fato, os dois foram demitidos no dia 15 de outubro. Bolsonaro elegeu-se presidente no dia 28. A operação da Polícia Federal só foi deflagrada no dia 8 de novembro.

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Marinho afirma que ouviu o relato do próprio Flávio em reunião na sua casa na quinta-feira dia 13 de dezembro de 2018. Foi na casa de Marinho que o então candidato a presidente Jair Bolsonaro gravou seus programas de propaganda eleitoral.

Segundo Flávio, Marinho mente e inventou uma versão fantasiosa para prejudicá-lo: Por que somente agora inventa isso, às vésperas das eleições municipais em que ele se coloca como pré-candidato do PSDB à Prefeitura do Rio, e não à época em que ele diz terem acontecido os fatos, dois anos atrás?
Sobre as estórias, não passam de invenção de alguém desesperado e sem votos”, afirmou o senador em nota.

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