Futuro ministro diz que era brincadeira slide sobre Ovni em reunião da ONU
Mensagens enviadas desde quarta-feira levam a brincadeira do diplomata a sério e a associam a declarações de Donald Trump sobre criar força espacial
No dia 15 de maio de 2015, o embaixador Ernesto Araújo, futuro ministro das Relações Exteriores, encerrou a palestra “Ciência e Tecnologia – Experiências” em Washington, ministrada a alunos do Instituto Rio Branco, com um slide no qual apareciam dois discos voadores circundando o prédio da Organização das Nações Unidas (ONU) e a frase “Secret UFO meeting at the UN?” (“Reunião secreta de ovnis na ONU?”).
A típica blague diplomática, uma brincadeira para descontrair a plateia segundo afirmou o futuro chanceler ao jornal O Estado de S. Paulo, passou a circular nas redes sociais desde que Araújo foi escolhido para o Itamaraty.
“Se um aluno do Rio Branco não é capaz de entender o senso de humor de uma brincadeira como essa, que fiz na ocasião para descontrair a plateia, fico ainda mais convencido da necessidade de mudanças na formação dos novos diplomatas”, disse Araújo.
Nas mensagens enviadas desde quarta-feira, 14, a jornalistas, diplomatas e políticos, uma foto de Araújo durante a palestra com os ovnis ao fundo, é associada a teses polêmicas defendidas pelo diplomata durante a palestra como a hipótese do “design inteligente”, considerada por diversas fontes como “pseudocientífica”, segundo a qual certas características dos seres vivos são explicadas por uma “causa inteligente” e não pela evolução das espécies.
Em algumas mensagens, a brincadeira de Araújo é levada a sério e associada às declarações do presidente dos EUA, Donald Trump, que recentemente orientou o Departamento de Defesa e o Pentágono a estabelecer uma “força espacial como sexto ramo das forças armadas”.
Em outras, os mensageiros dão corda para o senso de humor do futuro chanceler e lembram, em tom de deboche, que o astronauta Marcos Pontes, indicado para comandar o Ministério da Ciência, foi consultor do conselho editorial do Centro Brasileiro de Pesquisas de Discos Voadores (CBPDV).