Após aceitar o convite para comandar o Ministério da Justiça no governo do presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL), o juiz federal Sergio Moro divulgou nota em que promete implementar “uma forte agenda anticorrupção e anticrime organizado, com respeito a Constituição, a lei e aos direitos”.
Na nova posição, diz Moro, ele poderá “consolidar os avanços contra o crime e a corrupção dos últimos anos e afastar riscos de retrocessos por um bem maior”, o que segundo ele faz “com certo pesar pois terei que abandonar 22 anos de magistratura”.
A partir de agora, o magistrado se afasta imediatamente, por decisão própria, de novas audiências dos casos da Operação Lava Jato, que continuará “com os valorosos juízes locais”. Até segunda ordem, os processos serão assumidos pela juíza federal Gabriela Hardt, substituta da 13ª Vara Federal em Curitiba. Posteriormente, caberá ao Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4), corte a qual está ligada a seção judiciária do Paraná, determinar a abertura de um processo seletivo para a substituição de Moro.
Leia a íntegra da nota de Moro
“Nota oficial:
Fui convidado pelo Sr. Presidente eleito para ser nomeado Ministro da Justiça e da Segurança Pública na próxima gestão. Após reunião pessoal na qual foram discutidas politicas para a pasta, aceitei o honrado convite. Fiz com certo pesar pois terei que abandonar 22 anos de magistratura. No entanto, a perspectiva de implementar uma forte agenda anticorrupção e anticrime organizado, com respeito a Constituição, a lei e aos direitos, levaram-me a tomar esta decisão. Na prática, significa consolidar os avanços contra o crime e a corrupção dos últimos anos e afastar riscos de retrocessos por um bem maior. A Operação Lava Jato seguirá em Curitiba com os valorosos juízes locais. De todo modo, para evitar controvérsias desnecessárias, devo desde logo afastar-me de novas audiências. Na próxima semana, concederei entrevista coletiva com maiores detalhes.
Curitiba, 1º de novembro de 2018.
Sergio Fernando Moro”