O ministro do Supremo Tribunal Federal, Luiz Fux, será o relator da ação que discute se a Polícia Federal (PF) poderá periciar o telefone celular do advogado de Adélio Bispo de Oliveira, que esfaqueou o então candidato à presidência da República, Jair Bolsonaro, em setembro de 2018.
Uma eventual autorização para a perícia no aparelho pode reabrir as investigações sobre o atentado sofrido por Bolsonaro. Até o momento, porém, Fux, que será o próximo presidente do STF, não emitiu nenhum despacho.
O celular e outros aparelhos do advogado Zanone Manoel de Oliveira foram apreendidos em seu escritório em uma operação da PF em dezembro de 2018.
Em dois inquéritos, a PF concluiu que Adélio agiu sozinho e que não houve mandante para o crime. A segunda investigação foi arquivada na terça-feira 16 pelo juiz que cuida do caso, Bruno Savino, da 3ª Vara Federal de Juiz de Fora (MG). Bispo de Oliveira foi absolvido por ter sido considerado inimputável e está preso na penitenciária federal de Campo Grande, no Mato Grosso do Sul, onde cumpre mandado de segurança.
Apesar das conclusões da PF, Bolsonaro e seus apoiadores seguem alimentando teorias da conspiração sobre o atentado. Em diversas ocasiões, o presidente da República questiona quem teria orquestrado a tentativa de homicídio. Em um post em suas redes sociais, no dia 2 de maio, data em que o ex-ministro da Justiça, Sergio Moro, prestou depoimento à PF, Bolsonaro compartilhou um vídeo questionando se “o Judas, que hoje deporá, interferiu para que não se investigasse”, o crime.