Galloro assume chefia da PF e diz que Lava Jato continuará forte
Em discurso de posse, novo diretor-geral ressaltou compromisso do ministro da Segurança Pública de aumentar efetivo da corporação
O novo diretor-geral da Polícia Federal (PF), Rogério Galloro, disse nesta sexta-feira (2) que a operação Lava Jato continuará “forte”. Ao discursar durante a cerimônia de posse no cargo, ele destacou que sua gestão no comando do órgão buscará valorizar servidores e aprofundar a integração de suas unidades. Galloro assume a direção no lugar de Fernando Segóvia.
“As conquistas dos últimos anos são marcantes para a PF e indeléveis para a história da instituição. Essa responsabilidade só será respeitada com dedicação, fidelidade constitucional e coragem”, disse o novo diretor. Galloro afirmou que a equipe que atua na Lava Jato continuará “íntegra” e ressaltou o compromisso assumido pelo ministro Segurança Pública, Raul Jungmann, de reforçar o time.
Galloro convidou para formar a cúpula da instituição delegados que são especialistas no combate ao crime organizado. A expectativa na corporação é de que, com o novo comando, a PF consiga ser a protagonista na atuação contra as organizações criminosas ligadas ao narcotráfico e a desvios de dinheiro público dentro da nova formatação do ministério da Segurança Pública.
Na gestão de Galloro, a diretoria-executiva será ocupada por Silvana Helena Borges, que será a número dois na hierarquia da corporação. O diretor de Combate ao Crime Organizado será Elzio Vicente da Silva. A Diretoria de Inteligência Policial (DIP) ficará a cargo de Umberto Ramos Rodrigues. A Diretoria de Gestão de Pessoal terá no comando Delano Bunn, e a Diretoria de Logística, Fabricio Kelmer.
O ministro Raul Jungmann, disse, na cerimônia, que o efetivo da Polícia Federal está abaixo do necessário, e que já solicitou recursos ao Ministério do Planejamento para realização de concurso para a contratação de novos agentes. O ministro afirmou ainda que é necessário valorizar aqueles que fazem a segurança pública no país.
O delegado Fernando Segovia foi demitido do cargo de diretor-geral assim que o ministro Jungmann assumiu o controle sobre a PF, com a criação do novo ministério. Sua situação ficou abalada após entrevista à agência Reuters em que ele disse não haver indícios de crime cometidos pelo presidente Michel Temer no chamado inquérito dos portos. Na entrevista, Segovia indicava tendência de arquivamento da investigação contra Temer.
Não foi a primeira polêmica de Segovia. Em sua primeira entrevista coletiva, após tomar posse em novembro, ele afirmou que “uma única mala talvez não desse toda a materialidade criminosa necessária para resolver se havia ou não crime”. Ele se referia ao caso da mala de R$ 500 mil que a JBS pagou para o ex-assessor especial de Temer Rodrigo Rocha Loures. A declaração foi interpretada como uma suposta blindagem a Temer.
Temer
Diferentemente da posse de Segovia, em novembro do ano passado, a cerimônia que deu o cargo máximo da PF a Galloro não contou com a presença de políticos. No caso da de Segovia, inclusive o presidente Michel Temer, de forma inédita, compareceu ao evento. Nesta sexta, no entanto, Temer preferiu uma agenda “mais popular” e foi a Sorocaba (SP) entregar ambulâncias. Em novembro do ano passado, durante a posse, Segovia falou que estava “lisonjeado” com o fato de ter pela primeira vez a presença de um presidente na cerimônia.
(com Estadão Conteúdo)