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Garotinho diz ter sido agredido na prisão; governo investiga

Ex-governador alega que homem invadiu sua cela e lhe desferiu golpes no joelho e no pé; sindicalista afirma que imagens de câmeras não registraram nada

Por Estadão Conteúdo Atualizado em 4 jun 2024, 18h24 - Publicado em 24 nov 2017, 17h44

O ex-governador do Rio de Janeiro Anthony Garotinho (PR) afirmou à polícia que foi agredido na madrugada desta sexta-feira na Cadeia Pública José Frederico Marques, em Benfica, Zona Norte do Rio, onde está preso em razão de acusação de ter recebido dinheiro de caixa 2 e de compra de votos.

Na 21ª Delegacia de Polícia (Bonsucesso), Garotinho relatou que foi agredido por um homem que teria invadido a sua cela. O desconhecido, disse, desferiu-lhe golpes com um porrete no joelho e no pé e afirmou que “ele falava demais”. O ex-governador foi encaminhado para exame no Instituto Médico-Legal (IML).

A Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap) informou que aguarda o laudo do IML. Ao jornal O Globo o presidente do Sindicato dos Servidores do Sistema Penal, Gutembergue de Oliveira, disse que as imagens das câmeras de segurança não mostram ninguém entrando na cela do ex-governador. “Não existe a versão do Garotinho nas câmeras. Ele está numa galeria sozinho, na cela sozinho. É impossível que alguém tenha entrado na galeria e feito o que ele falou. Ele está indo pro IML, que vai constatar que foram autolesões”, afirmou,

Segundo o advogado de Garotinho, Carlos Azeredo, agentes da Seap serão chamados para depor. Em razão do episódio, o Ministério Público Estadual informou que vai pedir a transferência de Garotinho para outra unidade prisional. No mesmo presídio está boa parte da cúpula do poder fluminense nos últimos 20 anos – lá estão três ex-governadores (Cabral, Garotinho e Rosinha Garotinho) e três ex-presidentes da Assembleia Legislativa (de novo Cabral, Paulo Melo e Jorge Picciani, todos do PMDB).

Também estão detidos lá os ex-secretários Régis Fichtner (Governo), Sérgio Côrtes (Saúde), Wilson Carlos (Governo) e Hudson Braga (Obras). Na última quinta-feira, a prisão recebeu a ex-primeira dama Adriana Ancelmo, mulher de Cabral, que teve revogada a prisão domiciliar.

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Na quinta-feira, a filha do ex-governador, Clarissa Garotinho, secretária municipal de Desenvolvimento, Emprego e Inovação da capital, havia divulgado uma nota na qual relatava preocupação com a integridade física de seu pai. “Peticionei [a] várias autoridades cobrando a responsabilidade do Estado pela integridade física de meu pai. Apesar do pedido impetrado pelo advogado de mantê-lo custodiado em Quartel dos Bombeiros [do Humaitá, onde o ex-governador ficou preso algumas horas], ele foi transferido nesta quarta-feira para o mesmo presídio onde [Sergio Cabral, [Jorge] Picciani, Sergio Côrtes e outros personagens da política fluminense estão presos. Acontece que Garotinho há anos acusa esses personagens publicamente de corrupção”, escreveu.

Clarissa, que relatou que ameaças contra seu pai teriam sido denunciadas por um agente penitenciário, afirmou que entrou com habeas corpus para tirá-lo da prisão. “Esperamos que a Justiça seja restabelecida”, declarou. “Mas, enquanto isso não acontece, estamos preocupados em garantir a integridade física deles. Denúncias graves não podem ser tratadas como meras fantasias, ainda mais vindo de agente que atua no sistema penitenciário. As petições são uma forma de proteção”, completou.

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