A presidente do Partido dos Trabalhadores (PT), Gleisi Hoffmann, questionou a decisão da Polícia Federal, acompanhada por órgãos de Justiça, que negou o pedido do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para deixar a prisão temporariamente e acompanhar o velório e enterro de seu irmão mais velho Genival Inácio da Silva, o “Vavá”.
O parente de Lula morreu nesta terça-feira 29, vítima de câncer, e seu sepultamento está marcado para as 13h desta quarta-feira 30, em São Bernardo do Campo (SP).
A solicitação foi indeferida tendo como base a posição da Polícia Federal, que citou a “indisponibilidade do transporte aéreo em tempo hábil para a chegada do ex-presidente Lula antes do final dos ritos post mortem de seu irmão”, além de dificuldades para garantir a segurança do local. Entre as causas para a falta de aeronaves, foi mencionado o deslocamento de helicópteros da PF para auxiliar nos resgates em Brumadinho.
Gleisi, em sua conta do Twitter, rebateu os argumentos, afirmando que o partido se disponibilizou a oferecer transporte para o ex-presidente e aos agentes de segurança.
“Se não consegue garantir a segurança a um velório, como a PF garantirá o combate ao crime organizado?! O PT ofereceu transporte a Lula e aos agentes de segurança para ir ao enterro do irmão. Só têm duas palavras que resumem essa decisão: incompetência e perseguição”, postou a política.
Polícia Federal identificou riscos em liberar o ex-presidente
Emitida pelo superintendente Luciano Flores, a decisão da Polícia Federal apontou dificuldades para garantir a ordem pública com a eventual presença de Lula no velório
“Caso fosse disponibilizado tanto aeronaves de asa fixa quanto as rotativas necessárias, a distância entre o ponto mais provável de pouso de helicóptero e o local dos atos fúnebres é de aproximadamente 2 km, percurso que teria que ser feito por meio terrestre, o que potencializa os riscos já identificados e demanda um controle e interrupção de vias nas redondezas”, diz Flores de Lima no ofício.
O delegado ainda ressaltou “a ausência de policiais disponíveis tanto da PF quanto da PC e PM/SP para garantir a ordem pública e a incolumidade tanto do ex-presidente quanto dos policiais e pessoas ao seu redor”.
Flores de Lima levou em consideração também “as perturbações à tranquilidade da cerimônia fúnebre que será causado por todo o aparato que seria necessário reunir para levar o ex-presidente até o local”.
Partido dos Trabalhadores considera decisão “cruel”
Em nota no site oficial, o Partido dos Trabalhadores acusou a Justiça de fazer um ‘empurra-empurra’ com o objetivo de impedir a aprovação do pedido. “Usurpar o direito de um cidadão de velar e enterrar um ente querido pode ser considerada uma das atitudes mais cruéis”, diz a página.
Nas redes sociais oficiais do ex-presidente, postagens também criticaram a decisão.