A Polícia Federal (PF) prendeu nesta quinta-feira, em Manaus, o ex-governador do Amazonas José Melo (Pros), cassado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) por compra de votos nas eleições de 2014. A prisão temporária, inicialmente por um prazo de cinco dias, faz parte da operação Estado de Emergência, terceira fase da operação Maus Caminhos, que investiga desvios de agentes públicos no Amazonas.
Melo é suspeito de ser um dos políticos que receberam propina, originada de valores desviados do Fundo Estadual de Saúde, para direcionar contratos, liberar pagamentos e acobertar os crimes praticados no sistema de saúde do estado. Segundo a PF, os fatos envolvendo o ex-governador na operação, que começou em 2016, “somente apareceram após o avanço da investigação e dão conta de que este recebia pagamentos periódicos dos membros da organização criminosa”.
Agentes ainda cumprem sete mandados de busca e apreensão na capital do estado e em Rio Preto da Eva, cidade a menos de oitenta quilômetros de Manaus. A ação foi batizada de “Estado de Emergência” em uma referência às condições do atendimento público de saúde no Amazonas.
VEJA tentou, sem sucesso, contato com a defesa do ex-governador José Melo. O espaço permanece aberto para manifestações.
José Melo e seu vice-governador, Henrique de Oliveira (SD), foram retirados definitivamente do cargo por decisão do TSE em maio, depois de terem apresentado uma série de recursos no tribunal regional do estado e na própria corte federal para protelar a condenação da chapa formada pelos dois.
Com a cassação, o presidente da Assembleia Legislativa, deputado estadual David Almeida (PSD), assumiu interinamente o comando do estado até que, no final de agosto, o ex-prefeito e ex-governador Amazonino Mendes (PDT) foi eleito para o mandato-tampão, até dezembro de 2018.