O Palácio do Planalto estuda a criação de um novo ministério, o da Segurança Pública. A informação foi confirmada pelo ministro Carlos Marun (Secretaria de Governo) e pelo líder do governo no Senado, Romero Jucá. Segundo Marun, o próprio presidente Michel Temer (MDB) “estimulou” a discussão sobre o assunto, mas ainda não bateu o martelo.
“Tem pouco tempo de governo, mas em compensação a emergência do caso é algo gritante, então está sendo discutido”, declarou Jucá à imprensa, ao explicar que Temer avalia se há “custo” e “prazo” suficientes para a mudança. Ele negou que a pasta possa servir como forma de esvaziar o Ministério da Justiça, como tem sido apontado.
A Polícia Federal, hoje subordinada à pasta seria transferida para o ministério extraordinário. Marun disse que a questão sobre a qual ministério a corporação estará vinculada é secundária. “Onde a PF vai estar é uma questão de segundo plano nesse momento”, afirmou.
O líder do governo disse que a situação do Rio de Janeiro e de outros estados “pesa muito” para a decisão. “Em todo canto está tendo problemas de segurança.” Ele avalia que a criação da pasta poderia melhorar a atuação do governo, e consequentemente, sua imagem. “Mas o governo não vai fazer isso para melhorar a imagem, e sim para melhorar sua atuação e a situação da população. O maior da drama das cidades hoje é a segurança”, ponderou.
Jucá também disse que as declarações do diretor-geral da PF, Fernando Segovia, indicando que o inquérito contra Temer deveria ser arquivado, no último final de semana, não tem “nada a ver” com a eventual criação do ministério. “Isso já estava sendo discutido antes”, defendeu. Ele considera que o ministério serviria como “instrumento que ajuda a coordenar ações” de estados e municípios.
Marun, por sua vez, negou que a criação da pasta seja mais uma das medidas que o governo lança mão para agradar parlamentares da bancada da segurança pública, em busca de apoio para a reforma da Previdência, que pode ir à votação no plenário da Câmara em fevereiro. “Eventual criação do ministério em nada tem a ver com a Previdência”, rechaçou.
(com Estadão Conteúdo)