A filha do ex-governador do Estado do Rio de Janeiro Anthony Garotinho (PR), Clarissa Garotinho (PRB-RJ) voltou a alegar que o pai, que anunciou uma greve de fome, é vítima de perseguição. “Acredito que ele recorreu a um ato extremo como forma de tentar fazer as pessoas refletirem no que está acontecendo. Não posso julgá-lo por uma decisão que está carregada do sentimento de revolta e injustiça que ele está sofrendo.”
Ela afirma que Garotinho é o “único político” preso por suposto crime eleitoral de caixa 2 e que não houve coleta de depoimento ou julgamento no processo a que ele responde. “Isso é uma tentativa de calá-lo pelas denúncias que ele fez contra esse grupo criminoso que arruinou o Rio de Janeiro e cujas investigações da Lava Jato no Rio de Janeiro confirmaram que ele tinha razão”, afirmou, em referência ao grupo de Sérgio Cabral (PMDB), também preso, e adversário político de Garotinho.
Licenciada do cargo de deputada federal, Clarissa é secretária municipal do governo de Marcelo Crivella (PRB) e visita o pai em Bangu 8 todos os dias permitidos desde que ele foi preso. Em nota, a Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap) do Rio informou que o ex-governador recusou as refeições oferecidas neste domingo (17). Segundo a Seap, ele “passou por atendimentos médicos e passa bem”.
Anthony Garotinho foi preso sob a suspeita de corrupção, integração de organização criminosa e crimes eleitorais. Já Cabral está preso na Cadeia Pública José Frederico Marques, com outros ex-integrantes de seu governo e políticos ligados a ele que comandavam a Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), acusados de corrupção e outros crimes. Ele admite ter cometido apenas o crime de caixa 2, considerado menos grave.