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Grupo busca saída definitiva de Aécio da presidência do PSDB

Tucano foi flagrado em gravações com Joesley Batista pedindo dois milhões de reais e discutindo Operação Lava Jato; irmã e primo de senador estão presos

Por Da Redação
Atualizado em 4 jun 2024, 21h38 - Publicado em 12 jun 2017, 10h23

Diante do cenário de incertezas, parte da bancada do PSDB na Câmara articula apresentar uma “PEC Partidária” para renovar a direção executiva tucana no segundo semestre, e não em maio, quando termina o atual mandato dos dirigentes. A ideia de mudar as regras internas da legenda é retirar o senador Aécio Neves (MG), que hoje está afastado da presidência do partido, definitivamente do cenário partidário.

Aécio se licenciou do comando do PSDB após a revelação, no último dia 17, das delações premiadas do grupo JBS, que incluem gravações de conversas dele com o empresário Joesley Batista, nas quais o senador pede dois milhões de reais e trava diálogos que foram interpretados pelos procuradores como articulações contra a força-tarefa da Operação Lava Jato. A situação se complicou ainda mais no dia seguinte, quando foram presos Andrea Neves e Frederico Pacheco, irmã e primo do senador, sendo que este foi flagrado pela Polícia Federal recebendo 500 mil reais, que fariam parte dos dois milhões combinados entre Aécio e Joesley. A ação, batizada de Operação Patmos, acelerou a decisão, consolidada no mesmo dia, do afastamento dele do comando da legenda.

A proposta do grupo que articula a confirmação da licença de Aécio é eleger o senador Tasso Jereissati (CE), presidente interino do PSDB, para assumir em caráter definitivo. A grande questão agora é “encontrar uma fórmula”, segundo o vice-presidente da sigla, o ex-governador de São Paulo Alberto Goldman. O ex-governador ressaltou ainda que o partido se equivocou em uma decisão de dezembro, que prorrogou o mandato do senador mineiro por mais um ano. “Foi um erro renovar o mandato da executiva esse ano. É possível antecipar a mudança (para antes de maio de 2018)”, defendeu Goldman.

Pelo estatuto do PSDB, a “fórmula” que representa uma saída seria realizar uma convenção partidária com os mesmos delegados que elegeram a atual direção. Assim, segundo o texto, seria possível eleger uma nova executiva para completar o mandato vigente.

“PPS da vida”

Antes de definir o futuro de Aécio Neves, o PSDB se reúne nesta segunda-feira para discutir, mais uma vez, o desembarque ou não da base aliada do governo do presidente Michel Temer (PMDB). Na visão dos dirigentes, o que está em jogo agora e deve ser priorizado é o futuro do partido. Uma das avaliações recorrentes é a que a legenda perdeu o momento de deixar a base aliada e agora não teria mais o mesmo efeito de provocar um desembarque geral da base.

Além de considerar que queimou a largada ao discutir o nome de Tasso Jereissati para suceder o presidente em caso de uma eleição indireta, o PSDB teme não ser acompanhado no rompimento e acabar virando “um PPS da vida”. É uma referência ao partido do ex-ministro da Cultura Roberto Freire, que abandonou o governo e acabou ficando depois no meio da caminho com a manutenção, ao menos por enquanto, de Temer no cargo.

Os grupos que atuam mais ativamente na defesa da permanência do partido no governo são os liderados por Aécio Neves e pelo governador de São Paulo, Geraldo Alckmin. O senador mineiro teme ser abandonado pelo PMDB no processo que enfrenta no Conselho de Ética do Senado e pode cassar o seu mandato. Alckmin, por sua vez, continua pensando em disputar a Presidência da República e em articulações para obter o apoio do partido de Michel Temer em sua postulação,

(Com Estadão Conteúdo)

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