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Grupos contrários a Bolsonaro organizam novos atos para o fim de semana

Ao saber que haverá protesto de opositores em Brasília, presidente recomendou a apoiadores que não façam nenhuma manifestação na capital federal no domingo

Por Redação
Atualizado em 1 jun 2020, 17h39 - Publicado em 1 jun 2020, 17h05

Depois dos primeiros protestos contrários ao governo do presidente Jair Bolsonaro em meio à pandemia de coronavírus, no domingo 31, manifestantes de oposição ao governo organizam novos atos para o próximo domingo, 7. Estão previstas manifestações – autodenominadas antifascistas e antirracistas – em São Paulo e Brasília. Na capital paulista, a organização marcou o protesto para as 14h, em frente ao Museu de Arte de São Paulo (Masp), tradicional ponto de manifestações na Avenida Paulista.

Com a manifestação contrária ao seu governo prevista para a capital federal, Bolsonaro desencorajou nesta segunda-feira, 1º, um novo ato de sua militância, que em finais de semanas sucessivos tem organizado protestos antidemocráticos contra o Supremo Tribunal Federal (STF) e o Congresso, com a presença do presidente.

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Na tarde do último domingo, Bolsonaro sobrevoou de helicóptero o ato na Praça dos Três Poderes e chegou a montar um cavalo da Polícia Militar diante dos militantes. Durante a madrugada, bolsonaristas percorreram a Esplanada dos Ministérios até a frente do STF, onde protestaram com roupas pretas, máscaras e tochas, em estética semelhante à de grupos supremacistas brancos dos Estados Unidos e neonazistas.

“Estão marcando domingo um movimento, né? Deixa eles sozinhos no domingo”, afirmou Bolsonaro nesta segunda-feira a apoiadores no Palácio da Alvorada. “Eu não coordeno nada, não sou dono de grupo. Não participo de nada. Só vou prestigiar vocês que estão me apoiando. Vocês fazem um movimento limpo, decente, pela democracia, pela lei e pela ordem. Eu apenas compareço. Não conheço praticamente ninguém desses grupos. Eu acho que, já que eles (oposição) marcaram para domingo, deixa domingo lá”, completou.

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Os protestos de domingo na Avenida Paulista, em São Paulo, e na Avenida Atlântica, em Copacabana, Rio de Janeiro, terminaram em confronto entre manifestantes e a Polícia Militar. Na capital paulista, membros de torcidas organizadas de Corinthians, Palmeiras, São Paulo e Santos protestaram contra Bolsonaro, enquanto bolsonaristas se concentravam em outro ponto da avenida.

As confusões começaram quando os torcedores encontraram um grupo de bolsonaristas que portavam bandeiras da Ucrânia e do Pravyi Sektor (Setor Direito), uma organização paramilitar criada em 2013 que virou partido político no Leste Europeu e é constantemente associada ao nazismo. As barreiras policiais não impediram uma briga entre os dois lados. A polícia interveio disparando bombas de gás lacrimogêneo. Manifestantes anti-Bolsonaro queimaram latas de lixo e jogaram pedras nos policiais, que novamente responderam com gás lacrimogêneo, em um conflito que durou cerca de três horas. Pelo menos três pessoas foram detidas.

Pela manhã, grupos pró e contra Bolsonaro ficaram frente a frente na praia de Copacabana. Os manifestantes bolsonaristas criticavam o STF e o Congresso e pediam o impeachment do governador Wilson Witzel (PSC), desafeto de Bolsonaro. O grupo de oposição ao presidente contava com membros da torcida organizada Fla Antifa, do Flamengo.

O grupo que pedia por democracia foi reprimido por policiais, que usaram bombas de gás e deteve um dos integrantes, antes que a manifestação se dispersasse. O Rio ainda foi palco de outra manifestação em frente ao Palácio Guanabara, sede oficial do governo estadual, contra a violência policial. Houve confronto e pelo menos um manifestante foi preso por policiais militares.

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